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Sem título

Iberê Camargo1989

Fundação Iberê

Fundação Iberê
Porto Alegre, Brasil

Os desenhos realizados por Iberê durante suas idas ao Parque da Redenção, em Porto Alegre, evidenciam fortes preocupações de fixar, por meio deles, o instante fugidio, e de captar o mistério das coisas.
As árvores desgalhadas, surradas pelo vento, com galhos tortos, pelas quais Iberê tinha muito apreço, remetem à paisagem como a metáfora de um estado da alma.

"As contínuas reformas na nossa cidade – a cidade é a nossa casa – nos transformam em forasteiros. O progresso é uma ação de despejo em execução. Por isso, um belo dia, na temida velhice, sentimos a incontida vontade de voltar a nosso pátio, para reaver as nossas coisas que lá deixamos.
Procuramos, nesse retorno, o velho cinamomo que nos fornecia a munição – seus pequenos frutos – para as nossas guerras, a velha laranjeira onde tantas vezes nos encarapitamos, brincando de esconder, e, enfim, as coisas que compunham nossa paisagem. Aí sentimos vontade de abraçá-las, de beijá-las, de chorar e de fazer como os gatos, que alçam a cauda e ratificam a posse. Mas aí percebemos assustados que o gato não tem mais força e que as coisas não estão mais."
CAMARGO, Iberê; MASSI, Augusto (org.). Gaveta dos guardados: Iberê Camargo. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 103.

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  • Título: Sem título
  • Criador: Iberê Camargo
  • Data de criação: 1989
  • Local de criação: Porto Alegre, RS
  • Dimensões físicas: 32,5 x 23,5 cm
  • Direitos: © Fundação Iberê Camargo
  • Meio: Tinta de esferográfica sobre papel
  • Registro: D0063
  • Foto: © Fábio Del Re_VivaFoto
  • Coleção: Acervo Fundação Iberê
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