Iberê Camargo também fez experimentos em pintura sobre porcelana.
Após a pintura, as porcelanas iam ao forno em alta temperatura para fixação das tintas. Quem auxiliava Iberê nesse processo eram Luiza Prado e Marianita Linck, ceramistas e proprietárias dos ateliês, em Porto Alegre, onde eram feitas as queimas.
"No uso do esmalte cerâmico, Iberê manteve seu código formal, permitindo identificar claramente elementos decorrentes dos carretéis; contudo, no conjunto das peças há uma grande variedade temática, tal como: animais, composições geométricas, caras, formas abstratas, corpos sugeridos ou entrelaçados.
Iberê, ao que consta, não se interessou em trabalhar com a própria argila. Até o momento, há somente o registro de três peças, modeladas em argila vermelha, que levam sua assinatura, e todas datadas de 1961. Sendo que um prato pintado com esmalte cerâmico traz no verso duas assinaturas: uma, a de Iberê em esmalte cerâmico, e a outra, a de Marianita, feita na própria argila. Assim, acredita-se que tenha sido modelado por ela, e está em sua coleção. Consta, ainda, outra peça elaborada em barro vermelho, pertencente a uma coleção do exterior, que mostra de maneira semelhante as duas assinaturas: a de Iberê e a de Marianita. Há, ainda, uma travessa modelada em argila vermelha, assinada somente pelo pintor, sem documentação identificando em qual ateliê foi feita.
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Concernente à sua arte, é notório que Iberê se mostrava muito exigente, portanto, a escolha de Luiza Prado e de Marianita Linck para auxiliá-lo evidencia a confiança que o artista depositava nelas. Ao se lançar ao desafio que implicava entregar-se a uma matéria nova, optou ser guiado por mãos amigas e de competência profissional."
BRITES, Blanca. Esmalte cerâmico – Desafio enfrentado por Iberê Camargo. In: POSSAMAI, Gustavo (Org.). Iberê Camargo: o fio de Ariadne. Fundação Iberê Camargo: Porto Alegre, 2020. p. 34.
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