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Joaquim Bravo1982

Culturgest - Fundação Caixa Geral de Depósitos

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Lisboa, Portugal

O MAPA DE UM CAMPO
O percurso de Joaquim Bravo iniciou-se em Évora, onde nasceu e estabeleceu amizade com Álvaro Lapa, António Charrua e António Palolo. Muito activos no panorama emergente dos anos sessenta, este grupo de artistas, informados e cultos, sugou para o interior do seu trabalho referências que cruzavam a paixão literária e filosófica (como é o caso de Lapa e Bravo) com uma peculiar acuidade pictórica (visível nas obras de Charrua e Palolo).
Ao longo do tempo a obra de Joaquim Bravo foi conhecendo inúmeras formulações, mas durante a década de oitenta e até à sua morte, em 1990, o desenho afirma-se como a matriz que enforma a sua pintura, bem como o campo de investigação que mais aturadamente desenvolveu. Cobrindo um enorme espectro de tipologias, há algumas tónicas que estão permanentemente presentes no trabalho deste período. Em primeiro lugar, uma enorme simplicidade cromática, com uma utilização regular do branco e do negro, estabelecendo campos que se recortam contra o fundo. Por outro lado, um uso da linha, literalmente, como um fio de coser que une campos, ou como um sublinhado que aproxima os seus campos cromáticos de uma outra lógica, quase de escrita.
Nos campos brancos e negros de Joaquim Bravo há uma memória da planície, de um mapa de um território que se espraia, de um monte, de uma subtil elevação, por vezes de um elemento que estrutura uma paisagem, uma estrada que atravessa uma seara. Ou não, tudo é rigorosamente abstracto, fingindo que a absoluta abstracção existe. Porventura a ténue evocação paisagística é da mesma natureza das fronteiras que dividem os campos cromáticos de Piet Mondrian, provavelmente também evocadoras dos diques holandeses, das linhas de divisão de propriedade que atravessam toda a pintura de paisagem holandesa do século XVII.
Não poderemos saber. A metáfora nunca foi uma condição da sua pintura nem do seu desenho.

Delfim Sardo

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  • Título: Sem título
  • Criador: Joaquim Bravo
  • Data de Criação: 1982
  • Localização: Lisboa
  • Dimensões físicas: 37,5 x 47 cm
  • Tipo: Pintura
  • Direitos: © Culturgest - Fundação Caixa Geral de Depósitos
  • Material: Acrílico e feltro sobre papel
  • Inventário: 360826
  • Fotógrafo: © Laura Castro Caldas / Paulo Cintra
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