Sem Título

Para a exposição “Made by... Feito por Brasileiros”, a Academia da Árvore do Museu do Invisível propôs a seis artistas darem suas contribuições para o Manifesto da Árvore, representado pelas experiências do despertar de conscientização da árvore, conduzidas pelo curandeiro-hipnotizador Pierre Capelle, com os visitantes da Bienal da Bahia. Durante a exposição no Hospital Matarazzo, graças às propostas dos artistas do projeto e de seu manifesto assinado pelos visitantes da mostra, foi montado in loco uma unidade de cuidados: uma verdadeira clínica de serviços às árvores. Nada de surpreendente em um antigo hospital diriam alguns. As obras de Myriam Mechita, Charley Case, Michel Blazy, Delphine Gigoux Martin, Jean-Luc Favéro e Teruhisa Suzuki trabalham as dimensões de profilaxia, restauração e mediunidade, conceituadas pelo Museu do Invisível, cujo objetivo primeiro é o de trabalhar uma nova consciência em relação à árvore, por meio da reinvenção da dimensão da obra de arte e da ressacralização do maior representante do mundo vegetal. Nestes tempos de desilusão generalizada, a ação é uma contribuição fundamental. É a ideia de cura da árvore que predomina. Nas salas do velho hospital, as árvores parecem ter tomado o lugar dos antigos pacientes que, na verdade, representam nós mesmos que estamos em buscas de curas - em uma dialética do cuidador/cuidado -, a partir do momento em que escolhemos reconsiderar o papel da árvore. Em última análise, não é a árvore que precisa do ser humano mas, sim, o contrário.