A Arte Warli se origina em torno do século 10 e é criada apenas pelas mulheres dessa tribo, que vive nos arredores de Mumbai. É a única forma de registro de um povo não familiarizado com a escrita. Sua pintura em tinta branca sobre parede de barro, semelhante à pré-histórica, não retrata personagens mitológicos nem divindades, é um registro da vida social dessa comunidade ancestral. Suas pinturas utilizam um vocabulário carregado de significados, gráfico e básico, composto do círculo, do triângulo e do quadrado. Por exemplo, dois triângulos invertidos indicam o corpo do ser humano. Uma simples oscilação de um triângulo sobre o outro permite a animação dos personagens. Sem esse princípio, não há vida, não há movimento, não há como contar histórias. É uma arte ritmada por um movimento incessante que simboliza a atividade humana, que tem como suporte as paredes de barro em ocre avermelhado que recebem pinturas com elementos em tinta branca, obtida do pó de arroz. Até o final dos anos 1960, esta arte pictórica era efêmera, reservada apenas aos rituais. Na década seguinte, houve uma mudança radical, quando Jivya Soma Mashe, um homem, passou a pintá-la não somente nos rituais, mas no cotidiano da tribo. Seu talento foi reconhecido, rendendo-lhe as mais altas honrarias artísticas indianas. Graças a isso, ele treinou vários jovens. Hoje, a Arte Warli é tão conhecida na Índia quanto a pintura aborígene da Austrália é no ocidente.