As questões sobre a pintura, o espaço, a memória e suas interlocuções são elementos essenciais do trabalho de Sergio Fingermann e se refletem no seu fazer artístico. A tinta, o gesto, a cena, a palavra emergem dessas reflexões e serão recorrentes em seu discurso tanto na gravura, na pintura, como nos textos que escreve. Nessa obra, de grandes dimensões, o artista organizou o espaço pictórico em três partes. Das duas margens laterais, a cor azul emoldurada por matizes mais intensas tornam mais expressivos os elementos gráficos em tons de ferrugem que se sobressaem sobre o fundo branco, como uma escrita ou como a marca do tempo transformada em espaço e matéria da memória. Esses elementos gráficos aparecem na obra do artista na década de 1990, em pinturas feitas em tinta acrílica sobre papel, e na década seguinte irão reaparecer em algumas outras séries. Pintor, gravador e desenhista, Sérgio Fingermann também dá aulas em seu atelier. Fez estudos com Yolanda Mohalyi e Ernestina Karman no Brasil e, em Veneza, teve aulas de pintura com Mario di Luiggi e de construção espacial com Mark di Suvero. Cursou, ainda, arquitetura na Universidade de São Paulo. Em 1980, recebeu o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro no 2º Salão Nacional de Artes Plásticas da Funarte, Rio de Janeiro, com um tríptico em gravura, que também faz parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes.
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