Este desenho serviu de base para a confecção de tapeçaria. Em seu ateliê, Artesanato Guanabara, Maria Angela de Almeida Magalhães orientava 70 bordadeiras que executavam tapeçarias a partir de cartões criados por artistas.
"Uma noite, nos anos 1970, atendi a um telefonema, em que Iberê ia direto ao assunto. Vira uma exposição de tapeçarias na Galeria Grupo B, ao lado do seu ateliê, e pensava em fazer a experiência. Gostaria de mostrar-me um desenho erótico que havia feito. [...] Iberê nos mostrou uma série de desenhos e, finalmente, o que escolhera. O assunto era forte, mas tratado com talento. Eu fiz a tapeçaria. [...] Eram fios divididos de lã pura, misturados à seda, ao algodão, às texturas rústicas, às mais delicadas e finas linhas de bordar. Sem preconceito, buscando a composição da cor, já que, no que fazíamos, a cor era o principal desafio. [...] Cada tapeçaria gastou, em média, seis meses de trabalho. [...] A atitude de Iberê conosco sempre me surpreendeu pela entrega, confiança e respeito, fazendo com que ele, dono absoluto de suas coisas, fizesse parte de nossa equipe numa cumplicidade, sem discriminação pelo papel de cada um."
MAGALHÃES, Maria Angela de Almeida. In: Iberê e a tapeçaria. Estudos Avançados, São Paulo, vol. 7, n. 17, jan.-abr. 1993.
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