Esta peça constitui um bom exemplo da modernidade do artista: uma jarra que vê a sua forma esférica ser amolgada a favor da renovação de um formato convencional. A superfície foi vidrada a uma só cor, ganhando alterações e reflexos de acordo com o amachucado. Recebe um pequeno ramo de pereira, com folhas e frutos, representado de uma forma naturalista, como se um pedaço de natureza viva a brotar do interior do barro fendido. No entanto, a peça não perdeu o seu carácter funcional e revela um novo sentido decorativo para a faiança portuguesa. Na viragem do século XIX para o século XX, o artista vai experimentar novas formas geométricas ou orgânicas, como esta jarra. Partilha da mesma preocupação com ceramistas estrangeiros seus contemporâneos, que faziam experiências semelhantes em torno da forma e do vidrado, e ainda na decoração, sob a influência da cerâmica oriental, sobretudo a japonesa, privilegiando o seu aspeto artesanal.
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