A pintura dá continuidade à tradição holandesa de marinhas iniciada por Jan Porcellis e Simon de Vlieger, os primeiros autores desta categoria de paisagem a remeterem para segundo plano elementos exteriores à natureza. O artista pintou entre quarenta a cinquenta marinhas, das quais cerca de trinta chegaram até aos nossos dias.
O título pelo qual a obra tem sido designada, Vista da Costa da Noruega, reporta-se à data da sua incorporação na Coleção Gulbenkian, podendo derivar da inspiração que o pintor encontrou em composições de Allaert van Everdingen, como Tempestade em Costa Rochosa (Städelsches Kunstinstitut, Frankfurt). Este artista, ao contrário de Ruisdael, visitou efetivamente os países escandinavos.
Como na generalidade das suas marinhas, o céu ameaçador ocupa nesta obra dois terços da composição, fator que confere ao espaço representado uma força dramática acrescida. As embarcações submetidas a duros embates de vento e o rebentamento brutal das ondas nos rochedos, executados com alguma artificialidade, distribuem-se na composição com o propósito de reforçar a violência atmosférica da cena.