A temática das vistas urbanas foi pouco comum na pintura
portuguesa e ainda mais rara sem ser por voto religioso
ou representação de uma festividade. Por isso, esta pintura
assume um valor de exceção, tanto mais que deve datar da
juventude do pintor, que só em 1669 é referenciado na Irmandade
de São Lucas. Filipe Lobo, de quem apenas se conhece outra
versão desta obra, aprendeu decerto com Dirk Stoop, pintor
holandês que esteve em Portugal na década de 1650. De Stoop
conhece-se uma pintura semelhante (Mauritshuis Museum,
Haia), maior, mas com o mesmo enquadramento e iluminação,
que por certo foi o protótipo da obra do jovem pintor português.