Interior view of Don Quixote Room

Fotógrafo desconhecido
Portugal, 1900-1934
Negativo de gelatina e prata em vidro
18 x 24 cm

Interessante fotografia do ponto de vista iconográfico, cortesia do Arquivo Municipal de Lisboa, onde são visíveis bens patrimoniais que desapareceram no incêndio de 4 outubro de 1934, como a cama com dossel onde morreu D. Pedro IV e as pinturas decorativas do século XVIII com cenas da vida de Don Quixote de la Mancha.

As pinturas quixotescas que hoje podemos ver no Quarto foram executadas em 1940 pelo pintor Fernando Mardel, em substituição das pinturas originais, que se sabe já estarem concluídas em 1766.

Na fotografia observa-se a presença de três quadros (duas pinturas e uma gravura) que, atualmente, não integram a musealização do espaço: a gravura de Pradier, segundo Debret, que representa D. Pedro como Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves; o retrato a óleo da infanta D. Maria Francisca de Assis; e uma pintura muito semelhante ao retrato que Stanislaw Herstal incluiu no seu livro "Dom Pedro: Estudo Iconográfico" (1972). Trata-se do retrato de D. Pedro em criança, com cerca de dois anos, atribuído ao pintor Agustín Esteve Marqués (Valencia, 1753-c.1835), colaborador de Goya e ativo na corte espanhola de Carlos IV e de Fernando VII, pai e irmão de D. Carlota Joaquina.

O quadro presente na fotografia não faz parte do “Inventário dos Salvados” do Palácio Nacional de Queluz. O quadro presente no estudo de Herstal figura como propriedade do historiador Newton Carneiro, proveniente da coleção de Ricardo do Espírito Santo Silva.