Em voga entre os artistas da Escola de Bengal, mas também entre os Realistas de Bombaim, o retrato de mulheres indianas em cenários naturais eram tema predilecto entre os artistas indianos do início do século XX. Trindade pintou várias versões deste tema transmitindo a beleza das mulheres nativas equiparando a sua virtude à vida pura e simples da aldeia.
Vestindo um sari azul-escuro com barra vermelha e uma blusa dourada e verde, ricamente adornada com colares de ouro pulseiras, brincos no nariz e orelhas, esta mulher pensativa segura uma vasilha de metal, numa associação directa com a condição feminina e a sua função social. O pote cheio pode simbolizar riqueza, bem-estar e fertilidade ao mesmo tempo que assinala os seus deveres domésticos.
Referências: Shihandi, Marcella, et al, António Xavier Trindade: An Indian Painter from Portuguese Goa (catálogo de exposição), Georgia Museum of Art, University of Georgia, 1996; Gracias, Fátima, Faces of Colonial India: The Work of Goan Artist António Xavier Trindade (1870-1935), Panjim, Goa, Fundação Oriente, 2014.
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