Representações de gente simples com a sua indumentária autóctone são motivos recorrentes no legado de Trindade, bem como nas obras de seus contemporâneos. Muito popular entre o público ocidental e indiano pela sua indianidade, graça e lirismo, este tipo de retratos parece enaltecer constantemente as virtudes da vida tradicional de aldeia.
A presença serena e pose gentil da modelo concordam com o ideal feminino de seu tempo. O esquema de cores translúcidas e suaves realçam a beleza desta jovem mulher. O seu braço guia o olhar do observador directamente para o pote, símbolo da sua condição feminina ou talvez de uma iminente puja.
A grande maioria das personagens femininas Hindus retratadas por Trindade vestem saris nauvari (de 9 metros) com o seu pano entre pernas e dobrado nas costas. Este tipo de drapeado é muito comum na Costa do Concão entre peixeiras e trabalhadoras dos campos particularmente nas regiões de Maharashtra e Goa. Neste retrato em particular, a modelo exibe um sari cor-de-rosa claro com um choli a condizer e sem jóias, pouco comum entre mulheres Hindus casadas, a menos que se trate de uma viúva.
Referências: Gracias, Fátima, Faces of Colonial India: The Work of Goan Artist António Xavier Trindade (1870-1935), Panjim, Goa, Fundação Oriente, 2014.
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