Composição com paisagem arquitectónica e figura. A composição é dominada por duas grandes faixas, uma formando os planos mais aproximados onde se distribuem tufos de vegetação e à direita uma figura feminina transportando uma bilha, a outra quase totalmente preenchida com um pano de muro amarelo ocre por trás do qual se vislumbram uma série de volumes arquitectónicos, diferentes planos de cor em ritmada articulação geométrica. A estrutura do espaço é determinada pelas múltiplas diagonais que atravessam a composição. A figura de rapariga, cujo corpo reclina para trás formando uma curva suave, interrompe essas linhas e contraria a verticalidade imposta pelos volumes do trecho arquitectónico ao fundo. A figura funciona como elemento de ligação através da sucessão dos diferentes planos. A obra é considerada inacabada, alguns dos volumes estão apenas apontados, grande parte da superfície tem a aparência de esboço, com pinceladas escassas e parte da camada preparatória à vista, (razão pela qual a figura parece "flutuar" sobre o fundo). O trecho de casario ao fundo foi mais trabalhado, com excepção da ramada, apenas esboçada. Esta pintura é invulgar no contexto das restantes obras de Pousão, quer pelo formato, quer pela dimensão.