Localizado na zona oriental de Lisboa, o Museu Nacional do Azulejo (MNAz) está instalado no antigo Convento da Madre de Deus, de que permanece uma parte considerável da estrutura primitiva. O edifício é composto por uma igreja de capela-mor profunda com uma sacristia retangular do lado esquerdo, antecedida por coros, a que se adossa, no lado direito, uma torre sineira quadrangular, surgindo, no lado oposto, as dependências conventuais, organizadas em torno de um amplo claustro, um claustrim e dois pátios. Uma parte da construção remanescente corresponde ao mosteiro mandado edificar em 1509 pela rainha D. Leonor (n.1458-m.1525), mulher do rei D. João II (r. 1481-1495) e irmã de D. Manuel I (r. 1495-1521). O convento da Madre de Deus era um espaço monástico da Ordem das Clarissas, ou Ordem Segunda de São Francisco, fundada por Santa Clara de Assis (n. 1193 - m. 1253), que partilhava com os Franciscanos um mesmo ideal de renúncia aos bens temporais. A construção que hoje observamos é, porém, fruto de várias campanhas de obras, a primeira das quais decorreu ainda no século XVI, resultando numa estrutura arquitetónica complexa. Particularmente importantes para a renovação do espaço, foram também as iniciativas que decorreram durante os reinados de D. Pedro II (r. 1683-1706), D. João V (r. 1706-1750) e D. José (r. 1750-1777), designadamente o novo altar que foi mandado executar após o terramoto de 1755. As obras que decorreram no final do século XIX, após a extinção das ordens religiosas em 1834 e a passagem do convento para a tutela pública em 1872, após a morte da última freira um ano antes, dificultam a compreensão do que terá sido a arquitetura e articulação dos espaços do convento primitivo. A memória Fundadora do convento da Madre de Deus, a rainha D. Leonor, fica ainda associada ao primeiro momento de musealização deste edifício, em 1957. O Museu é oficialmente criado em 1965 e ganha estatuto de Museu Nacional em 1980.
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