Emoldurado por duas serpentes em bronze de bocas escancaradas e corpos eretos e esguios, este espelho tem por base as caudas enroscadas dos répteis numa movimentação bem característica do gosto arte nova. O tema simbólico da serpente, associado à figura da mulher, é outra constante na produção de Lalique e está bem representado na Coleção Gulbenkian, não só através de obras de joalharia, como em diversos outros objetos. Esta peça impunha-se a quem visitava o ateliê do artista na sua casa de Cours la Reine, como nos revela uma reprodução de uma revista da época. Mais tarde haveria de integrar o mobiliário do quarto do Colecionador na sua casa de Paris.