Guerra e Paz representam sem dúvida o melhor trabalho que já fiz…
Dedico-os à humanidade…
Portinari para a Agência Reuters, 1957
… a mais importante obra de arte monumental doada à ONU.
Dag Hammarskjold, Secretário-Geral da ONU, 1957
Portinari pintando os painéis para a ONU (1955), de Renata FrankProjeto Portinari
Presentes do Governo Brasileiro para a sede da ONU, em NY, os painéis Guerra e Paz foram encomendados no final de 1952 ao pintor.
Correspondência Correspondência (1952-09-19), de Vasco Leitão da CunhaProjeto Portinari
Um brasileiro construirá a sede da ONU Um brasileiro construirá a sede da ONU (1947-03-05)Projeto Portinari
Portinari pintando o painel "Paz" para a ONU (1955)Projeto Portinari
Era uma superfície de 280 metros quadrados, espaço maior do que o do Juízo Final, de Miguel Ângelo, na Capela Sistina.
Portinari e as maquetes para os painéis da ONU (1955-11), de Antônio RudgeProjeto Portinari
Portinari pintando os painéis para a ONU (1955)Projeto Portinari
Contrariando as recomendações médicas, proibido de pintar por sintomas de intoxicação pelas tintas, Portinari aceitou o convite. No auditório dos estúdios da TV Tupi, durante 4 anos, trabalhou com afinco na confecção de 180 estudos (a maioria deles a lápis de cor), esboços e maquetes para os murais.
A guerra seria representada através dos sofrimentos do povo e não de soldados em combate.
Antonio Bento
"O grupo das hienas, metáfora judicativa através da qual Portinari vê e retrata o homem que faz a guerra, é de tal realidade – de tal realismo excessivo – que essas feras carniceiras, noturnas e covardes, aparecem de garras prontas para o banquete, nas vestes e padrões que a natureza lhes deu."
Clarival do Prado Valladares
"Portinari teve nos quatro cavaleiros do Apocalipse o seu ponto de partida para toda A Guerra, intemporal e ubíqua."
Clarival do Prado Valladares
Com todos esses tons dourados, alegres, crepitantes de vida, o pintor parece nos dizer: "A paz universal é possível".
Israel Pedrosa
Os painéis Guerra e Paz, obra máxima de Candido Portinari, são o resultado de uma vida dedicada ao amor pelo ser humano.
O presidente JK na mostra dos painéis da ONU (1956-03), de Armando RozárioProjeto Portinari
Encomenda entregue. Mas ninguém havia visto ainda os painéis em sua plenitude, nem mesmo o próprio artista. Foi então que começou um movimento de opinião pública, e um grupo de artistas e intelectuais apelou ao Itamaraty para que os painéis fossem expostos no Brasil antes do embarque para os EUA, para que fosse dada uma chance ao público brasileiro de vê-los, pela primeira e derradeira vez.
Exposição dos painéis "Guerra" e "Paz" (1956-03)Projeto Portinari
“Não é de estranhar que às 23 horas da noite da inauguração, Portinari haja perdido a voz”. Escreveu Mario Barata sobre a exposição de Guerra e Paz no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1956. “A vibração dos amigos, conhecidos e desconhecidos chegou ao pintor. E a voz do autor dos painéis, emocionada, baixou de tom, reduziu-se a um fio, emudeceu. Portinari estava assistindo ao maior triunfo da sua vida, inédito nos últimos 80 anos da história do Ocidente.
Nunca, na arte moderna do mundo inteiro, um pintor viu as suas obras substituírem-se aos acordes de Wagner e Verdi, à fantasia dos ballets de Chopin, à majestade das orquestras sinfônicas. Pela primeira vez no século XX, o maior teatro de uma cidade transforma-se em templo da pintura...
O povo lotou o Municipal para ver os painéis de Portinari O povo lotou o Municipal para ver os painéis de Portinari (1956-02-29)Projeto Portinari
...Grupos de estudantes, operários, moças, velhos, pessoas vestidas simplesmente, uma grande massa que se renovava continuamente, durante todo o dia e pela noite a dentro, lotou o Municipal nos poucos dias de exposição. Todos os jornais deram amplo espaço ao acontecimento. A Imprensa Popular abriu a manchete: “O povo lotou o Municipal para ver os painéis de Portinari”. E registrou em subtítulo: “‘Nunca vi uma coisa assim’, disse o porteiro que distribuía os folhetos à entrada...
Exposição dos painéis "Guerra" e "Paz" (1956-03)Projeto Portinari
... era estranha e devota aquela pequena multidão de vultos negros, assombracionais, de pé, imóveis, absortos, magnetizados, em frente à dupla labareda que se alastrava por todo o campo visual (...).
O deslumbramento inicial da visão ainda me habita, e não sei de outras palavras com que lhes fale da exposição de Guerra e Paz no Teatro Municipal..."
Carlos Drummond de Andrade
Painel de Portinari na ONU (1957-08-30)Projeto Portinari
Logo depois de desmontada a exposição, os painéis foram enviados à ONU.
Painel de Portinari na ONU (1957-08-30)Projeto Portinari
Painel de Portinari na ONU (1957-09-03)Projeto Portinari
No entanto, somente em 6 de setembro de 1957, após dois imensos caixotes contendo a obra ficarem no porão da instituição durante um ano e seis meses, Guerra e Paz foram finalmente doados à ONU em cerimônia oficial.
Painéis de Portinari na ONU (1957-09-06)Projeto Portinari
Devido ao envolvimento de Portinari com o Partido Comunista, Portinari não foi convidado a comparecer à cerimônia, sendo representado pelo chefe da delegação brasileira na Organização, o Embaixador Cyro de Freitas-Valle, que afirma: “Com pesar não o vejo hoje entre nós”. E acrescenta: “Desejo salientar um ponto: o Brasil está oferecendo hoje às Nações Unidas o que acredita ser o melhor que tem para dar”.
Painéis de Portinari na ONU (1957-09-06)Projeto Portinari
"Seja por dimensão, ou por grandeza de pintura, esses dois painéis de Portinari que decoram o saguão da Assembleia da Organização das Nações Unidas, em Nova York, desde 1956, podem ser considerados entre os principais exemplos da pintura universal de sentimento comunitário do corrente século."
Clarival do Prado Valladares
Mãos Entrelaçadas (1955), de Candido PortinariProjeto Portinari
"Se tais pinturas não se gravarem por toda a vida na tela interior, é que não merecíamos tê-las visto. Usando a linguagem da Obra de arte, que é uma alegria perfeita mesmo quando nos expões o pranto e a solidão mortuária, Portinari nos diz: Olha, vê bem, penetra o fundo destas imagens e escolhe."
Carlos Drummond de Andrade, 1956.
Obras Desaparecidas
Entre estas obras não localizadas até hoje pelo Projeto Portinari, há seis importantes estudos de Portinari para os painéis Guerra e Paz. Cinco deles estão entre os únicos 12 pintados à óleo sobre madeira em tamanho natural. O Projeto Portinari segue obstinadamente seu trabalho de levantamento e catalogação sobre a obra completa do pintor. Se você tem alguma informação sobre o paradeiro destas obras, envie para pp@portinari.org.br
Mulheres Chorando e Criança Morta c.1955 Pintura a óleo/madeira 160 x 190cm (estimadas)
Sem assinatura e sem data Coleção desconhecida
OBSERVAÇÕES: Maquete para o painel “Guerra” [FCO 3799]
Obra não localizada
Exposições: Bezalel National Art Museum. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 16 jun. 1956., (14) Tel Aviv Museum. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 1956., (14) Museum of Modern Art. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 1956., (14) Museum of Ein Harod. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 1956., (14) Museu de Arte Moderna de São Paulo. Bienal de São Paulo. 2 jul. 1955., (9) Maison de la Pensée Française. Portinari: oeuvres récentes. 26 mar. 1957., (9)
Órfão c.1955 Pintura a óleo/madeira 194 x 54.5cm (estimadas) Sem assinatura e sem data
Coleção desconhecida
OBSERVAÇÕES: Maquete para o painel “Guerra” [FCO 3799] Obra não localizada.
Exposições: Bezalel National Art Museum. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 16 jun. 1956., (15) Tel Aviv Museum. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 1956., (15) Museum of Modern Art. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 1956., (15) Museum of Ein Harod. Portinari, oil paintings and drawings: 1940-1956. 1956., (15) Museu de Arte Moderna de São Paulo. Bienal de São Paulo. 2 jul. 1955., (4) Maison de la Pensée Française. Portinari: oeuvres récentes. 26 mar. 1957., (10) Museu de Arte Moderna de São Paulo. Bienal de São Paulo. set. 1959., (28) Haus der Kulturinstitute. Exposição Portinari. 20 jul. 1957. Exposição Portinari. 18 out. 1957.
Mulheres Chorando
[1955]
Pintura a óleo/madeira
Dimensões desconhecidas
Coleção desconhecida
OBSERVAÇÕES:
Maquete para o painel “Guerra” [FCO 3799]
Obra não localizada
Exposições:
• Museu de Arte Moderna de São Paulo. Bienal de São Paulo. 2 jul. 1955., (3)
• Dum Uméni. Candido Portinari. 17 jun. 1960., (52)
• Galerie Nacionale. Candido Portinari. 22 jul. 1960., (59)
• Galerie Manes. Candido Portinari. 15 set. 1960., (52)
Menino Morto
[1955]
Pintura a óleo/madeira
Dimensões desconhecidas
Coleção desconhecida
OBSERVAÇÕES:
Maquete para o painel “Guerra” [FCO 3799]
Obra não localizada.
Mulheres Chorando [1955]
Pintura a óleo/madeira 160 x 190cm (estimadas) Coleção desconhecida
OBSERVAÇÕES: Maquete para o painel “Guerra” [FCO 3799]
Obra não localizada
Esta obra obteve o Prêmio Nacional Guggenheim em 1956.
Exposições: Museu de Arte Moderna de São Paulo. Bienal de São Paulo. 2 jul. 1955., (8) Wildenstein. Candido Portinari. 16 abr. 1959., (6) Palácio de Bellas Artes. Obras de Candido Portinari. 4 jul. 1958., (6) Musée National d'Art Moderne. Prix Guggenheim - 1956. 28 nov. 1957., (11) Solomon R. Guggenheim Museum. Guggenheim International Award - 1956. 27 mar. 1957.
Direção Geral: João Candido Portinari
Curadoria e Pesquisa: Maria Duarte
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