A Independência do Brasil na tela: Imaginando o grito do Ipiranga
Uma análise do processo de criação da pintura Independência ou Morte!, de Pedro Américo de Figueiredo e Melo
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
A Independência do Brasil na tela: Imaginando o grito do Ipiranga
O Museu do Ipiranga convida você a pensar sobre a mais famosa obra de seu acervo: a tela Independência ou Morte!, realizada pelo pintor paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Mello. Essa pintura foi encomendada para ornamentar o Salão Nobre do Museu do Ipiranga, espaço projetado especialmente para abrigá-la. A tela foi feita na cidade italiana de Florença e terminada no ano de 1888.
Ela representa o momento em que o príncipe regente Dom Pedro, após receber uma carta exigindo sua volta a Portugal, proclama a Independência do Brasil no dia 07 de setembro de 1822.
A carta, enviada pelo parlamento português, também informava que o Brasil voltaria a ser uma colônia submetida ao governo desse país.
Essa pintura é uma visão idealizada do momento do grito do Ipiranga. O pintor Pedro Américo se inspirou em quadros europeus e elaborou muitos esboços antes de realizar essa obra de arte. Vamos conhecer um pouco mais sobre a forma como ele concebeu sua pintura?
Cópia ou Inspiração?
A pintura Independência ou Morte! é o resultado de um processo de criação bastante complexo. Pedro Américo tomou diversas decisões sobre como devia representar esse episódio do passado brasileiro. O pintor não tinha a intenção de que essa obra fosse um retrato fiel do momento do grito. Ele pretendia criar uma imagem que lembrasse o passado de forma solene e heroica, de acordo com os padrões seguidos pelos artistas da época.
Pedro Américo se inspirou em pinturas europeias que representavam cenas históricas de batalhas, cheias de gestos imponentes. Uma dessas pinturas foi a Batalha de Friedland, pintada pelo artista francês Ernest Meissonier entre 1861 e 1875.
Pedro Américo não copiou a pintura de Meissonier, mas a tomou como uma referência, procedimento de criação que era bastante comum no século 19.
Esboçando a pintura
O pintor Pedro Américo realizou muitos desenhos preparatórios de personagens e de animais antes de fazer a pintura à óleo. Esses desenhos, chamados esboços, eram muito importantes para testar como ficariam as fisionomias dos personagens na pintura, a pose dos corpos e as características dos animais.
Vários desses esboços pertencem ao acervo do Museu do Ipiranga. Você pode ver a reprodução de vários deles nos painéis seguintes.
Homem a Cavalo - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Mãos - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Homem a Cavalo - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Homens e Chapéus - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Homem a Cavalo - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Cabul - Cavalo Inglês - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Capacetes - Estudo, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Independência ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
Quando visualizamos uma imagem, devemos sempre lembrar que ela é fruto de uma construção. No caso da tela "Independência ou Morte!" não é diferente. Ao longo do tempo, foram criadas diferentes representações e releituras sobre o episódio, que carregam interpretações de seus autores e dos contextos em que foram elaboradas. Por isso, ao invés de julgá-las, convidamos você a investigá-las e observá-las em detalhes para entender como foram elaboradas e até mesmo como são utilizadas na atualidade
Curadoria
Paulo César Garcez Marins
Revisão, tradução e adaptação de textos
Solange Ferraz de Lima
Isabela Ribeiro de Arruda
Montagem
Claudio Rother
Rodrigo Irponi
