Galinha ao Molho Pardo (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Vamos construir juntos?
A cultura alimentar é viva. Por isso, o trabalho de investigação de patrimônio também não é estanque, mas comporta discussões variadas. Se Câmara Cascudo, Raul Lody e Manuel Quirino são os mais célebres pesquisadores das origens da comida brasileira e, por isso, fonte principal das exposições aqui organizadas, novas pesquisas têm surgido para complementar seu trabalho. E todas são muito bem-vindas nessa construção sobre o patrimônio alimentar brasileiro.*
Acarajé (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Acarajé
"De origem africana; seu nome original é, em locais do Golfo do Benim, África Ocidental, acará, que, em iorubá, significa “comer fogo” – acará (fogo) + ajeum (comer) – e advém do modo como era apregoado nas ruas: “acará, acará ajé, acarajé”. Sua tradição, na Bahia, vem do período colonial, quando as mulheres – escravas ou libertas – preparavam-no e, à noite, com cestos ou tabuleiros na cabeça, saíam a vendê-lo nas ruas da cidade”, registra o dossiê sobre o ofício das baianas do acarajé, do Iphan.
Vinagrete de tomates verdes
Similar ao preparo da buchada brasileira, na botchada de Cabo Verde o bucho do cabrito é recheado com toucinho, pimentas e sangue coalhado de porco. Depois de cozido, corta-se a botchada em fatias e frita-se em óleo.
Aprenda a preparar acarajé (2018-07), de Ana Luiza TrajanoInstituto Brasil a Gosto
Que tal preparar acarajé com vatapá e vinagrete?
Cozinhe com a chef Ana Luiza Trajano
Arroz de Hauçá (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Arroz de Hauçá
"Câmara Cascudo registra a origem: 'Os haussás, sudaneses muçulmanos da Nigéria, deixaram na cidade do Salvador um prato de arroz que lhes recorda o nome valoroso, arroz de hauçá, mantido pelos baianos da capital'", no livro Básico: Enciclopédia de Receitas do Brasil, da chef Ana Luiza Trajano
Efo (2021), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Efó
O efó se prepara com a mesma técnica do caruru. A diferença: no lugar do quiabo entram as folhas conhecidas como língua-de-vaca. É um prato que se oferece a Oxum nos rituais religiosos do candomblé, normalmente servido com angu feito de farinha de arroz.
Caruru (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Caruru
Dos africanos e indígenas, veio a receita presente nos rituais religiosos do candomblé. Dos índios, o nome caá-riru, que batiza uma planta comestível. É possível, portanto, fazer “caruru de carurus”, embora o quiabo seja o fruto mais utilizado na combinação com castanhas de caju e camarões secos. Outras variações: carne moída, galinha, peixes e crustáceos.
Caruru
Trata-se de uma planta de folhas verdes, algumas com pintas roxas, parecidas com as do manjericão. De fácil cultivo em todo o país, essa erva de vários nomes – como bredo, bredo-de-chifre, bredo-de-espinho, bredo-vermelho, caruru-de-cuia, caruru-roxo, caruru-de-mancha, caruru-de-porco e caruru-de-espinho – marca mais presença nas mesas do Nordeste, sobretudo nas baianas.
Xinxim de Galinha (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Xinxim
Nos rituais religiosos do candomblé, é uma receita apreciada por Oxum, segunda mulher de Xangô. Quando feito para ela, o xinxim é preparado de um modo especial, com ovos. Nas casas, a receita também pode levar carne de boi ou miúdos.
Abará (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Abará
Manuel Querino explica: “Põe-se o feijão fradinho em vaso com água até que permita desprendê-lo da casca, e depois de ralado na pedra com cebola e sal, junta-se um pouco de azeite de cheiro, revolvendo-se tudo com uma colher de madeira. Finalmente, envolvem-se pequenas quantidades em folhas de bananeira, como se faz com o acaçá, e coze-se a banho-maria.”
Bobó de camarão (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Bobó de camarão
A palavra “bobó”, de origem fon (um dos idiomas falados no Benim), diz respeito ao creme feito inicialmente de inhame, mandioca ou fruta-pão, ainda sem a presença do camarão. Hoje símbolo da cozinha baiana, pode ser consumido sozinho ou para acompanhar carnes e peixes.
Cuscuz de Milho (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Cuscuz de milho
“No Brasil, foi da farinha de milho que se fez a reinvenção do cuscuz magrebe em valorização desse cereal americano. Esse cuscuz tem ainda as suas receitas ampliadas com o uso da massa de mandioca ou massa puba, que resulta em um prato delicioso que também pode ser feito com coco seco ralado.”, explica Raul Lody
Cuscuz de milho (2021), de Max JaquesInstituto Brasil a Gosto
Cuscuz de milho no vapor
O chef Max Jaques ensina a fazer cuscuz com um pano de prato
Buchada de Bode (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Buchada de bode
Similar ao preparo da buchada brasileira, na botchada de Cabo Verde o bucho do cabrito é recheado com toucinho, pimentas e sangue coalhado de porco. O recheio é engrossado com fubá e o bucho cozido em água. Depois de cozido, corta-se a botchada em fatias e frita-se em óleo.
Moqueca (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Moqueca baiana
Existem dois tipos principais de moqueca no Brasil. Um, da Bahia, usa óleo de dendê, leite de coco e pimentas, e tem origem na cultura gastronômica africana. A outra, capixaba, usa óleo de urucum, e tem tradição indígena.
Moqueca de Peixe (2020-04), de Ana Luiza TrajanoInstituto Brasil a Gosto
Que tal preparar uma moqueca?
Acompanhe o passo a passo da chef Ana Luiza Trajano
Moqueca de Ovo (2021), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Moqueca de ovo
Moqueca é um preparo tão versátil que pode ser composta por outros ingredientes, como legumes ou ovo
Moqueca de Legumes (2018-07), de Ana Luiza TrajanoInstituto Brasil a Gosto
Moqueca de legumes
Aprenda essa versão vegetariana com a chef Ana Luiza Trajano
Moqueca Capixaba (2017), de Alexandre SchneiderInstituto Brasil a Gosto
Pirão
Assim como o pirão de peixe baiano, o kixiluanda angolano leva dendê, cebola, tomate e pedaços de peixe cozido, assado ou frito para produzir um caldo que será engrossado e cozido com farinha de mandioca. Entre as poucas diferenças, em Angola se usa salsa fresca no lugar do baiano coentro.
Tem uma contribuição? Escreva para a gente! contato@brasilagosto.org
Você tem interesse em Comida?
Receba atualizações com a Culture Weekly personalizada
Tudo pronto!
Sua primeira Culture Weekly vai chegar nesta semana.