Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão
No período da escravidão no Brasil, africanos escravizados e seus descendentes foram os principais responsáveis pela realização de trabalhos que estão na base da sociedade brasileira tal como ela é hoje. A agricultura, a pecuária e a mineração desde o princípio foram fortemente marcadas pela mão africana e depois pela mão afrobrasileira. O Museu Afro Brasil convida você a conhecer um pouco de uma de nossas exposições permanentes mais interessantes. Veja alguns itens de nossa coleção que apresenta o grande repertório de tecnologia trazido pelos povos africanos desde os primórdios da colonização brasileira.
Moinho de milho (1800), de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
A primeira forma efetiva de exploração da terra e da gente daqui se constituiu no comércio de madeiras extraídas pelos índios e trocadas com os portugueses pelos mais variados objetos e utensílios. Abundante e com grandes qualidades, logo a madeira tornou-se a principal matéria prima das ferramentas e equipamentos fabricados no Brasil, em ambiente seja rural ou urbano.(...)
O emprego de escravos nas funções de marcenaria e carpintaria era fator comum na Colônia. Os empreiteiros e donos de escravos estimulavam a aprendizagem destes na expectativa de lucrar com seus alugueis. Assim, muitos negros tornaram-se carpinteiros e marceneiros oficiais da Colônia.
Prensa para manteiga (1800), de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
Já refletiu sobre as tecnologias utilizadas para plantar, colher, processar a cana-de-açucar e o café, por exemplo? E quanto à extração e tratamento do ouro e das pedras preciosas? E as complicadas roupas utilizadas por homens e mulheres nos tempos do Império: como vestimentas cheias de pregas e babados eram lavadas, secas e passadas? Além da mão humana, imagine a quantidade de ferramentas e instrumentos que foram necessários nesse período da história.
Na imagem, uma prensa para manteiga.
Outra forma para pão de açucar (1800), de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
Forma de metal para produção de pão de açucar
Forma para Pão de açúcar (1800), de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
Poema dos ofícios em Mina-Jeje
Guilherme Mansur
AYÓTO
ferreiro
AÓTUTÔ
alfaiate
CHEGUTÔ
caçador
GANTULÔ
ourives
AMÁDÁTÔ
capineiro
AZOMHÁTÔ
cirurgião
AFÓPÁTATÔ
sapateiro
ATANCHÓLÁTÔ
barbeiro
Escapulário de Nossa Senhora do Carmo (1800), de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
Jóias Crioulas: comunicação visual afro-brasileira
O uso de adornos é uma das formas imediatas de expressar valores culturais numa linguagem simbólica e facilmente comunicável dentro do grupo usuário. (...)
Mais do que mero adereço, as joias crioulas possuem historicamente um caráter socioeconômico e de resistência a escravidão. Sem acesso a bancos ou propriedades, o acúmulo de joias foi um método utilizado pelas escravas de ganho, pelas irmandade de negros e por muitos escravos que aproveitavam para economizar seus ganhos ou o excedente dos produtos que vendiam para encomendar joias de prata e outros objetos que serviam de algum modo como bens de fácil trânsito (...).
Colar, de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
As jóias crioulas, são belos exemplos da originalidade e da habilidade tecnológica africana e afro-brasileira. O fato de a tradição indígena não se valer da metalurgia e da fundição de metais determinou o modelo de construção de sua joalheria.
(...) a chamada cultura "crioula"(desenvolvida no Brasil, mas com ascendência de diferentes etnias africanas) abalizara, originalmente a produção e a tecnologia do trabalho em metal no país, gerando forte impacto no design de joias brasileiras.
Visite o Museu Afro Brasil e venha conhecer a exposição permanente "Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão"
Bracelete (1800), de DesconhecidoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão
Exposição Museu Afro Brasil
Curadoria: Emanoel Araujo
Fotos: Henrique Luz
Paulo Otavio
Exposição Google Cultural Institute: Salvador Corrêa Carriel
Texto: André Santos
Renato Araújo da Silva
Tradução: Rita Boccardo
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