Sem título (1900/1900), de Alcides CruzMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
A história da presença africana no Brasil por muito tempo esteve associada a uma imagem estereotipada de contribuições à formação do Brasil apenas nos campos folclóricos e culturais como as artes e a cultura cotidiana.
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A exposição permanente Arte Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão no Museu Afro Brasil demonstra as habilidades e ferramentas que já haviam sido desenvolvidas e dominadas pelos povos africanos e foram exploradas pelos colonizadores portugueses.
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Mais do que um trabalho braçal nas plantações, inovadores e inovadoras negras criaram instrumentos e tecnologias especializadas...
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...como técnicas de mineração...
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...instrumentos astrológicos para identificar as mudanças climáticas...
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...instrumentos de plantação entre outros.
Percepções de visões que de tão naturais, ficaram invisíveis (2020), de Heloísa HariadneMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo
Assim, pode-se afirmar que o legado africano na história e cultura brasileira vai muito além das artes e da cultura, sendo um elemento essencial no desenvolvimento tecnológico das etapas de desenvolvimento econômico do país.
pois nesse sentido, sem a contribuição das tecnologias de trabalho africanas implementadas à realidade da escravidão, pouco ou quase nada do que conhecemos hoje como Brasil teria constituindo-se como um estado já que este fundamentou-se por 3⁄4 de sua história sob a exploração de trabalhadores africanos escravizados , bem como de seus conhecimentos técnicos e tecnológicos.
Essa obra foi inspirada pela maestria em tecnologia dos povos africanos durante a escravidão, e criada em celebração ao Dia da Consciência Negra no Brasil, 20 de novembro.
Nessa obra Heloísa Hariadne trata do tema evidenciando os conhecimentos técnico-científicos deixados como legado africano no cotidiano e cultura brasileira, por meio dos conhecimentos diversos que os escravizados possuíam e utilizavam para a criação de inúmeros instrumentos para diferentes finalidades.
A obra procura também desmistificar a ideia superficial de que as contribuições negras para a formação da sociedade brasileira restringem-se apenas aos aspectos artísticos e culturais, rompendo também com a máxima do senso comum de que a história africana inicia-se a partir da escravidão.
Dessa forma é possível pensar também quais as relações coexistentes entre os conhecimentos elaborados no passado e como eles reinventam-se hoje, por meio de relações de buscas ancestrais por meio de diálogos possíveis entre passado e contemporaneidade.
Texto e pesquisa: Douglas Araújo
Obra de arte: Heloísa Hariadne
Uma colaboração especial entre o Museu Afro Brasil e o Google Arts & Culture.