“A exposição do acervo do Museu Afro Brasil pretende contar uma outra história brasileira. (...) tem a intenção de desconstruir um imaginário da população negra, construído fundamentalmente pela ótica da inferioridade ao longo da nossa história e transformá-lo em um imaginário estabelecido no prestígio, na igualdade e no pertencimento, reafirmando assim o respeito por uma população matriz de nossa brasilidade.” 

Imagem Externa - Museu Afro Brasil, de Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do Diretor Curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade.

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

Com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje, o acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros. Atualmente, está divido em 06 núcleos: África: Diversidade e Permanência, Trabalho e Escravidão, As Religiões Afro-Brasileiras, O Sagrado e o Profano, História e Memória e Artes Plásticas: a Mão Afro Brasileira. 

Núcleo Trabalho e Escravidão, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Trabalho e Escravidão

Núcleo que tem o objetivo de ressaltar os saberes e tecnologias trazidas pelos africanos escravizados no campo do trabalho. Tanto no ambiente rural quanto no urbano, o conhecimento dos africanos foi determinante para o desenvolvimento dos ciclos econômicos. Além de pinturas, gravuras e esculturas retratando parte dessas contribuições, os visitantes podem apreciar documentos e outros objetos ligados ao mundo do trabalho, tais como máquinas de moer cana, fôrmas para fabrico do açúcar e ferramentas de carpinteiros e ferreiros. 

Núcleo Trabalho e Escravidão, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Núcleo Religiosidade Afro-Brasileira, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Religiosidade Afro-Brasileira

Núcleo consagrado às religiões e cultos brasileiros que possuem matriz africana. Visões de mundo e mitologias são ressaltadas por meio de rica iconografia, com destaque ao panteão de santos, orixás e outras entidades cultuadas no Brasil. No espaço reservado ao núcleo podem ser observadas vestimentas de Egungun e de orixás, instrumentos musicais, além de pinturas, gravuras, esculturas, instalações e fotografias dedicadas ao tema. 

Núcleo Religiosidade Afro-Brasileira, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Núcleo Sagrado Profano, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Sagrado e Profano

Nesse núcleo estão representadas festividades celebradas no Brasil, ligadas ao sagrado e celebradas no espaço festivo da rua. Muitas das festas populares brasileiras, como a Congada e o Maracatu, remetem ao período colonial e eram consideradas espaços de sociabilidade aproveitados pelos africanos escravizados para celebrarem suas tradições e manterem suas identidades culturais. Assim, em diversas festas brasileiras é possível encontrar instrumentos musicais de origem africana, símbolos relacionados a antigos reinos do continente, materializados no núcleo através de máscaras, bandeiras e vestimentas. 

Núcleo Sagrado Profano, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Núcleo Sagrado Profano, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Núcleo História e Memória, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Henrique LuzMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

História e Memória

Núcleo dedicado à história e memória de importantes personalidades negras que se destacaram em diversas áreas do conhecimento, desde o período colonial até os dias de hoje. Fotografias e documentos exaltam a trajetória de escritores como Carolina Maria de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo; dos engenheiros da família Rebouças, além de outros notáveis como Teodoro Sampaio, importante geógrafo e arquiteto cujo nome foi atribuído, em sua homenagem, a uma conhecida rua de São Paulo.

Núcleo História e Memória, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Henrique LuzMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Núcleo Artes Plásticas, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Artes Plásticas

O Núcleo de Artes Plásticas expõe obras que perpassam diferentes períodos da arte no Brasil, desde o Barroco e o Rococó, o século XIX e a arte acadêmica, bem como a Arte Popular, a Arte Moderna e a Contemporânea. Dentre os artistas expostos destacam-se Estevão Roberto da Silva e os artistas contemporâneos Rosana Paulino, Rubem Valentim, Mestre Didi, entre outros. Em meio às produções contemporâneas são também exibidas obras de artistas africanos e afro-americanos, como Gerard Quenum, Zinkpé e Melvin Edwards. 

Núcleo Artes Plásticas, de Acervo Museu Afro Brasil e Foto: Nelson KonMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Teatro Ruth de Souza, de Museu Afro Brasil e Foto: Henrique LuzMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Teatro Ruth de Souza

O Auditório recebe seu nome em homenagem à atriz considerada sacerdotisa do teatro brasileiro, recebe grupos de dança, artistas da música brasileira e internacional e promove encontros com artistas, intelectuais e políticos.Sua estrutura é composta por:área de 369.73 m² area;um palco de 132,33 m² e 4,85m de pé direito;150 poltronas com apoio para escrever;layout stadium;equipado com sistema multimídia;cabines de controle e para tradução simultânea;

Oficina Impressões da Cor, de Educativo Museu Afro BrasilMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Ações Educativas

O Núcleo de Educação oferece ao público oficinas articuladas às visitas mediadas, às exposições de longa duração ou às exposições temporárias e têm como objetivo sensibilizar o público ou proporcionar aprofundamento de questões abordadas durante a visita, tanto no que diz respeito aos conteúdos, como às diferentes linguagens e recursos estéticos que podem ser mobilizados.

Aos Pés do Baobá, de Educativo Museu Afro Brasil e Foto: André VelozoMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

No último sábado de cada mês, o Núcleo de Educação recebe o público para um momento dedicado à contação ou leitura de histórias.

O projeto "Aos pés do Baobá" prioriza aspectos fundamentais da cultura brasileira, como a oralidade e o contato com as narrativas ficcionais, especialmente aquelas de origem oral e as produções africanas e afrobrasileiras.

Oficina Abayomi, de Educativo Museu Afro BrasilMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Na oficina os participantes são convidados a conhecer a história e a confeccionar bonecas Abayomi. Durante a vivência serão propostas reflexões sobre a identidade afro-brasileira, racismo, preconceito e herança cultural, a partir da experiência estética criativa e lúdica da construção de bonecas.

Emanoel Araujo, de Foto: Adenor GondimMuseu Afro Brasil Emanoel Araujo

Emanoel Araujo

Emanoel Araujo, artista plástico baiano, nasceu numa tradicional família de ourives, aprendeu marcenaria, linotipia e estudou composição gráfica na Imprensa Oficial de Santo Amaro da Purificação. Em 1959 realizou sua primeira exposição individual ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte recebeu o prêmio provindo da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia (1981-1983). Lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).Expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas. Foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002) e fundador do Museu Afro Brasil (2004), onde é Diretor Curador. Em 2005, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Cultura.Em 2007 foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição Autobiografia do Gesto, que reuniu obras de 45 anos de carreira.

Créditos: história

Museu Afro Brasil

Curadoria: Emanoel Araujo
Fotografias: Nelson Kon
Henrique Luz

Exposição Google Cultural Institute: Salvador Corrêa Carriel
Tradução: Rita Boccardo

MUSEU AFRO BRASIL
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
GERALDO ALCKMIN
Governador do Estado de São Paulo

MARCELO MATTOS ARAÚJO
Secretário da Cultura

RENATA VIEIRA DA MOTTA
Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico
ASSOCIAÇÃO MUSEU AFRO BRASIL
MUSEU AFRO BRASIL
EMANOEL ARAUJO
Diretor Curatorial e Executivo

FERNANDO ANTONIO FRANCO MONTORO
Diretor Administrativo-Financeiro

ANA LUCIA LOPES
Coordenadora de Planejamento Curatorial

MARIA DE FÁTIMA PADUA DA CRUZ
Secretária da Diretoria Curatorial

ESTELA MARIA OLIMPIO
Secretária das Diretorias Executiva e Administrativo-Financeira

ROSELI BATISTA LEAL
Tecnica de Produção de Eventos

SANDRA MARA SALLES
Coordenadora de Difusão

NATALIA TERUMI MORIYAMA
Coordenadora de Desenvolvimento Institucional
GABRIEL JONATHAN DE SOUZA CRUZ
SALVADOR CORREA CARRIEL
Assistentes de Comunicação

ROBERTO KUNIHIKO OKINAKA
Museógrafo
RENATO ARAUJO DA SILVA
TIAGO GUALBERTO MORAIS
Pesquisadores

FÁTIMA FARIA GOMES
Coordenadora de Salvaguarda

BEATRIZ YOSHITO
Assistente de Coordenação

RENATO FELIX PEREIRA
Conservador Sênior

ANDREA ANDIRA LEITE
Documentalista

GUILHERME LOPES VIEIRA
Técnico em Documentação Museológica

JULIA FRANCO VICENTE
SAMUEL BALSALOBRE ATHIAS
Técnicos de Conservação

CLÁUDIO ROBERTO NAKAI
Coordenador Editorial

MAKAYA MAYUMA BEDEL
Assistente Editorial

NEIDE APARECIDA DE ALMEIDA
Coordenadora de Educação

DALTON DELFINI MAZIERO
Técnico em Documentação

Créditos: todas as mídias
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes. Portanto, ela pode não representar as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.
Ver mais

Você tem interesse em História?

Receba atualizações com a Culture Weekly personalizada

Tudo pronto!

Sua primeira Culture Weekly vai chegar nesta semana.

Página inicial
Descobrir
Jogar
Por perto
Favoritos