Introdução
Como os demais seres vivos, o homem surgiu no planeta através de um longo processo natural, a evolução biológica. Há cerca de 7 milhões de anos nossa linhagem evolutiva diferenciou-se, a partir de um ancestral comum, da linhagem dos chimpanzés. Por isso repartimos com eles 98% dos nossos genes.
Pan-troglodytes-(chimpanzé)
Os Chimpanzés são mamíferos da ordem dos primatas, da família hominidae e é membro do gênero Pan junto com os bonobos (Pan paniscus). Compartilhando 99% do seu DNA conosco. Habitam as florestas tropicais da África Central, mas podem viver em regiões de mosaico entre florestas e savanas, ou mesmo nas savanas e em regiões de altas altitudes.
Sahelanthropus-tchadensis
O Sahelantropus tchadensis viveu a cerca de 7 milhões de anos atrás, na região noroeste da África, sendo encontrado no atual país de Chade, e não se sabe tanto sobre ele e seus hábitos em si pelo fato de ter sido encontrado apenas um fóssil contendo a região superior do crânio dificultando assim o conhecimento mais profundo de seus hábitos, sabe-se mais sobre o ambiente em que ele vivia, consistindo de uma floresta tropical enorme semelhante a atual Amazônia, o que provavelmente influenciaria diretamente em seus hábitos de herbívora, porém, nada impede que ele também se alimenta-se de insetos e pequenos invertebrados (característica observada até hoje nos chimpanzés atuais) e muito provavelmente este ancestral teria hábitos arborícolas.
Ardipithecus-ramidus
O Ardipithecus ramidus é um primata que viveu há aproximadamente entre 4,8 a 4,1 milhões de aos atrás, na região da atual Awash na Etiópia, que nesta época era arborizada e úmida entre palmeiras e figueiras.
Australopithecus anamensis
Australopithecus anamensis, cujo anam na lígua de Turkana significa “lago”, Australo = do sul e pithecus = macaco (Macaco do sul do lago). Foi descoberta em 1994 por Meave Leakey. Sua arcada dentaria possui o formato de ‘’U’’. Possuíam os molares e os pré-molares com espessura de esmalte no dente parecida com outras espécies do gênero Australopithecus, porém, mais primitivos. A. anamensis apresentava evidências indiscutíveis de bipedalismo, sendo as mais antigas já comprovadas, porém, provavelmente passaram muito tempo subindo em árvores, talvez procurando alimento ou evitando predadores. Fósseis de plantas e animais e a análise de sedimentos e rochas antigas fornecem pistas sobre o ambiente desta espécie. Eles moravam perto de um antigo lago interior que existia na bacia onde agora se encontra o lago Turkana.
Kenyanthropus-platyops
Seu nome significa “homem de rosto plano do Quênia”, possuía traços faciais mais delicados e dentes relativamente pequenos que viveu há aproximadamente há 3,5 milhões de anos atrás na região oeste do atual Lago Turkana no Quênia, onde foram descobertos os restos fósseis em 1999, por Justus Erus.
Australopithecus-afarensis
O Australopithecus afarensis cujo nome tem origem no local onde foi encontrado, a depressão de Afar, é um primata que viveu há aproximadamente entre 3,7 a 2,5 milhões de anos atrás na Etiópia. Em 1970 Donald Johanson encontrou um joelho em Afar na Etiópia na região de Hadar. Foi efetuada uma sucessão de descobertas espetaculares incluindo uma articulação do joelho, o esqueleto famoso denominado de Lucy e os restos de um grupo familiar, levando o A. afarensis a ocupar um lugar de destaque na árvore genealógica dos hominídeos.
Australopithecus africanus
O Australopithecus africanus é um primata que viveu há aproximadamente 3,0 a 2,0 milhões de anos atrás. Passavam boa parte do tempo nas árvores, se alimentando de folhas e frutas. Essa espécie foi a primeira do gênero a ser descrita pelo Raymond Dart em 1924, baseado no “Crânio juvenil de Taung”, encontrado na região de Taung na África do Sul.
Australopithecus-garhi
O Australopithecus garhi cujo nome Gahri na língua Afar significa "surpresa" pois os antropólogos não imaginavam que as espécies de Australopithecus poderiam ter existido até tão perto de nós. Os A. garhi viveram há aproximadamente 2,5 a 2,0 milhões de anos atrás na Etiópia, à beira de lagos, cercado por pastagens.
Paranthropus-aethiopicus
O Paranthropus aethiopicus foi um primata que viveu há aproximadamente 2,8 a 2,2 milhões de anos atrás na atual Etiópia e Quênia. Foi encontrado um crânio quase completo, faltando os dentes, no Lago Turkana em um sítio no Quênia, que ficou conhecido como “Caveira Negra”, devido os sedimentos em que o mesmo foi enterrado, ter o manchado de preto.
Homo-habilis
Seu nome significa “homem habilidoso” pois o mesmo conseguia confeccionar e utilizar diversas ferramentas, viveu há aproximadamente há 2,0 a 1,7 milhões de anos atrás na África. Os primeiros fósseis de Homo habilis foram encontrados em Olduvai Gorge, juntamente com ferramentas simples de pedra lascada chamadas Oldowan. Os fósseis foram descobertos em 1964 por Louis Leakey e sua equipe.
Paranthropus-robustus
O Paranthropus robustus é um primata que viveu há aproximadamente 2 a 1,0 milhões de anos atrás, na África meridional. Os machos mediam cerca de 1,40 metros de altura e peso de 60 quilogramas e as fêmeas mediam cerca de 1,10 metros de altura e peso de 35 quilogramas. Foi originalmente descoberto em 1938 por um estudante.
Paranthropus-boisei
Paranthropus boisei foi um dos primeiros hominídeos que viveram no leste da África há aproximadamente 2,4 milhões de anos. Seus fósseis foram encontrados na Tanzânia, Etiópia e Quênia. O nome “boisei” foi dado em homenagem a Charles Boise, que contribuiu financeiramente com o trabalho de Mary. Sua alimentação era composta basicamente de plantas.
Homo-erectus
Os primeiros fósseis de H. erectus, foi inicialmente descobertos pelo holandês Eugene Dubois em 1891 em Java, na Indonésia. O crânio parcial ficou conhecido como "Homem de Java”. Durante os anos 1920 e 1930, uma série de fósseis semelhantes foram descobertos na China. A partir dos anos cinquenta, foram descobertos esporadicamente fósseis de H. erectus na África e na Ásia. O corpo tendia a ser mais curto e mais encorpado do que o dos humanos modernos, mas as proporções corporais eram semelhantes, com pernas relativamente alongadas e braços mais curtos em comparação com o tamanho do tronco. Essas características são consideradas adaptações a uma vida vivida no solo, com a capacidade de caminhar e percorrer longas distâncias. Provavelmente o H. erectus foi a primeira espécie a usar e controlar o fogo. O controle de fogo (unido a capacidade de percorrer longas distâncias), pode ter permitido nossos ancestrais a se mudarem da África e migrarem para locais com clima mais frio (Europa e Ásia).
Homo-heidelbergensis
O primeiro fóssil da espécie foi descoberto na cidade de Heidelberg, na Alemanha em 1907, daí o nome Homo heidelbergensis ou “homem de Heidelberg. Acredita-se que H. heidelbergensis se originou na África a partir de H. erectus, mas se espalhou estabeleceu populações na Europa e possivelmente também no sul da Ásia por volta de 500.000 anos atrás.
Homo-neanderthalensis
O Homem de Neandertal (Homo neanderthalensis) cujo nome lembra o local onde foi encontrado, viveu há aproximadamente 200 a 30 mil anos atrás na Europa, descendendo possivelmente dos Homo heidelbergensis que se adaptaram ao clima frio da Europa. A primeira descoberta de partes de um esqueleto de Neandertal ocorreram na pedreira de Forbes, em Gibraltar, no ano de 1848, sendo esta descoberta anterior a "original" que deu nome à espécie, que ocorreu em uma gruta chamada de Feldhofer Grotte, no flanco do vale do rio Düssel, afluente do rio Reno, em agosto de 1856, três anos antes da publicação de "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, no pequeno Vale de Neander.
Homo-sapiens
Todas as pessoas que vivem hoje pertencem à espécie Homo sapiens. O nome significa “homem sábio” ou “astuto”. Os fósseis dos primeiros membros de nossa espécie, o H. sapiens arcaico, foram todos encontrados na África. Os primeiros humanos modernos foram adaptados à vida nos trópicos, mas há 40 mil anos, ocuparam uma série de ambientes nos continentes da África, Europa, Ásia e Austrália. Nos últimos 20.000 anos, também nos espalhamos pelas Américas. Hoje, nossa cultura e tecnologia nos permitem viver na maioria dos ambientes de nosso planeta. Os H. sapiens eram caçadores-coletores que viviam de plantas e animais selvagens, mas há cerca de 11 mil anos, começaram a domesticar plantas e animais. Nossa dieta ampla e essencialmente onívora nos permitiu utilizar os recursos alimentares encontrados na grande variedade de ambientes que habitamos.
Ficha Técnica
Empreendimento:
Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos - IB-USP
Instituto de Estudos Avançados - USP
Catavento Cultural e Educacional
Execução:
Catavento Cultural e Educacional
Curador:
Walter A. Neves
Instituto de Estudos Avançados - USP
Assistentes de Curadoria:
André Strauss / Museu de Arqueologia e Etnologia - USP
Danilo V. Bernardo / Universidade Federal do Rio Grande
Murilo Reginato / Museu Catavento
Participação Especial:
Wilson Teixeira / Instituto de Geociências-USP
Coordenação e Arquitetura:
Ricardo Pisanelli / Museu Catavento
Expografia:
Walter A. Neves
Zol Design
Design Gráfico:
Zol Design
Diogo Heck / Museu Catavento
Cenografia e Montagem:
Cinestand
Réplicas:
Nilton Pereira Silva
Ariel Milani Matine
Reconstituições in vivo:
Wallace Gomes da Silva
Aderecista:
Daniel Dias Fernandes
Lascador:
Astolfo Araújo / Museu de Arqueologia e Etnologia / USP
Financiamento:
Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo / CNPQ
Agradecimentos:
Maurício Cândido da Silva (FMVZ-USP), Maria Alice Gonzalez (LSI-USP), Sueli Bresciani, Rosely de Deus Lopes LSI-USP), Museu de Zoologia (USP), Museu de Anatomia Veterinária (USP), Estação Ciência (USP), FAPESP.
Adaptação e Montagem da Exposição Virtual:
Pedro Jackson / Museu Catavento