Paz (1952-1956)

Painel a óleo/madeira compensada, 1400 x 953 cm.

Paz (1952), de Candido PortinariProjeto Portinari

"Todos os figurantes de Paz são os meninos de Brodowski, cinco vezes nas gangorras, como aparecem em várias de suas telas, ou em cambalhotas e piruetas, pulando carniça ou armando arapuca;...

...moças que dançam e cantam;...

...um coral de meninos de todas as raças, assim como nós, brasileiros;...

...uma noiva da roça na garupa de um cavalo branco;...

...o palhaço;...

...a mulher carregando o cordeiro;...

...os dois cabritos que dançam bem no centro do painel, como se fossem o núcleo da paz;...

...a égua e o potro;...

...e, na faixa de cima, bem lá em cima, camponeses plantando, camponeses colhendo, o espantalho, os batedores de arroz, homens, mulheres e meninos que cantam."

Clarival do Prado Valladares

"Não há dúvida. Só pode ser Eumênides, que as Fúrias já se transfiguraram. Não há dúvida, só podem ser as Eumênides entre as moças e os meninos de Brodowski."

Clarival do Prado Valladares

"O que emana desse painel, nos enleva e encanta, mais que a ideia de paz e da paz, é a própria paz que nos invade ao contemplá-lo. (...) Com todos esses tons dourados, alegres, crepitantes de vida, o pintor parece nos dizer: A paz universal é possível. Dia virá em que a humanidade desfrutará a paz sem limites no espaço e no tempo."

Israel Pedrosa

"Na estrutura, a composição liga-se à do mural Guerra, assemelhando-se, ainda, a outras obras posteriores de Portinari. (...) Foram, desse modo, os humildes, aqueles que de fato vivem em harmonia, num ambiente agrícola, os seres que sugeriram ao pintor a visão de uma sociedade pacífica e feliz."

Antonio Bento

"Brodowski constitui o centro geográfico dessa vida tranquila,(...). O pintor reproduziu, com toda a singeleza, cenas da vida do cenário em que transcorreu a sua meninice. Fundiu esses elementos básicos num todo orgânico, dando ordem e coesão, contextura e equilíbrio à composição."

Antonio Bento

"O tema escolhido foi assim simplificado e reduzido à sua essencialidade. (...) Essa é uma das dimensões e virtudes mágicas da pintura. O assunto, por fim, desaparece, cedendo lugar a um jogo de formas e de massas, a uma harmonia simples de ritmos, tonalidades e volumes dispostos no espaço."

Antonio Bento

"As cores predominantes são os amarelos, que aparecem como que dourados. A paz assinala, por si mesma, uma “idade de ouro”. É esse o espírito ou o sentimento que inspirou a criação desse segundo mural."

Antonio Bento

"Os dois painéis estão entre os poucos que Portinari fez não ligados diretamente à temática da história nacional. Mas é ainda o imaginário brasileiro que está presente. Em Paz, vê-se nítida, na comunhão da mestiçagem variada de nosso povo, uma representação simbólica da fraternidade de todos os homens, a principal característica da paz."

Antonio Bento

Créditos: história

Direção Geral: João Candido Portinari
Curadoria e Pesquisa: Maria Duarte
Copyright Projeto Portinari

Textos:
Clarival do Prado Valladares
Trecho originalmente publicado em Análise Iconográfica da Pintura Monumental de Portinari nos Estados Unidos, Clarival do Prado Valladares. Apresentação ao Catálogo. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1975.

Israel Pedrosa
Trecho do artigo Gênese da História dos Painéis Históricos assinado por Israel Pedrosa originalmente publicado em: PORTINARI, João Candido (org.).
Guerra e Paz – Portinari. Rio de Janeiro: Projeto Portinari, 2007.

Antonio Bento
Trechos originalmente publicados em Portinari, Antonio Bento. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 1980.

Créditos: todas as mídias
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