Almirante Gago Coutinho (1922) de AnónimoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Almirante Carlos Viegas Gago Coutinho
Filho de José Viegas Gago Coutinho e Fortunata Maria Coutinho, Carlos Viegas Gago Coutinho nasceu a 17 de fevereiro de 1869, na freguesia de Santa Maria de Belém, perto do Museu Marítimo. A vida de Gago Coutinho foi longa e agitada. Não só se tornou um experiente oficial da Marinha, mas também um incansável geógrafo, um navegador aéreo, inventor de novas técnicas de navegação, um cientista curioso e um historiador rigoroso.
Espada de Oficial de Marinhaque pertenceu a Gago Coutinho. (c. 1900) de Gago CoutinhoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Espada de Oficial de Marinha
Pertenceu ao Almirante Gago Coutinho.
Boné de oficial de Marinha (c. 1901 - c. 2000) de Sem informaçãoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Boné de Oficial de Marinha
Pertenceu ao Almirante Gago Coutinho.
Corveta-mista "Afonso de Albuquerque" (1936) de Oficinas SeixasMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Corveta "Afonso de Albuquerque"
Gago Coutinho ingressou na Escola Naval em 1886, sendo promovido a Aspirante de Marinha em 1888. Completou uma comissão na Divisão Naval da África Oriental a bordo da corveta "Afonso de Albuquerque" (1888 a 1891) onde participou nos combates militares em Tungue (Moçambique).
Canhoneira "Pátria" (1953) de Conde de AvellarMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Canhoneira "Pátria"
Em 1911, como Capitão-tenente, depois de regressar de campanhas geográficas, Gago Coutinho comandou a canhoneira "Sado" na Estação Naval da Índia e, em 1912, a canhoneira "Pátria" em Timor.
Gago Coutinho junto a um marco geodésico, em Angola. (c. 1901 - c. 2000) de C. F. Vieira da RochaMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Gago Coutinho junto a um marco geodésico em Angola
Desde cedo Gago Coutinho mostrou interesse pela Geografia e Geodesia, a sua verdadeira paixão. Geógrafo foi uma das dimensões mais reconhecidas de Gago Coutinho, e foi esse o epiteto que escolheu ficar conhecido para a posteridade, ao mandar gravar na sua pedra tumular apenas a palavra Geógrafo.
Gago Coutinho no marco geodésico de Karoéra (1904) de AnónimoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Gago Coutinho junto a um marco geodésico em Karoéra, acima de Tete
As Missões Geodésicas implicavam o reconhecimento do território a par de uma faina laboriosa de construção de marcos que assinalavam os vértices da triangulação, nas operações de observação de ângulos. Nas campanhas, o percurso era geralmente feito a pé, muitas vezes pelo mato, com restrições de alimentação e abastecimento.
Copo de campanha (1903) de Sem informaçãoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Copo de Campanha
Copo alumínio, que pertenceu a Gago Coutinho, assinada por ele e usado entre 1903 e 1955. Os trabalhos de delimitação de fronteiras e de triangulação de territórios, deste oficial da Marinha, onde colocou em prática todos os seus conhecimentos de geodesia, de astronomia e de geografia matemática encontram-se entre os de maior valor científico produzidos pelos portugueses na Ásia e em África.
Teodolito Geodésico "Salmoiraghi" (c. 1801 - c. 1900) de GambeyMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Teodolito Geodésico "Salmoiraghi"
É um instrumento destinado a medir ângulos, horizontais e verticais. Utilizado em levantamentos geodésicos e topográficos, permite a determinação de redes de triangulação, através da observação de ângulos entre diferentes pontos no terreno. Possibilita ainda a obtenção de coordenadas geográficas, a partir da observação da altura dos astros.
Escultura de Gago Coutinho feita por um indígena da Guiné. (1931) de Indígena da GuinéMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Escultura de Gago Coutinho feita por um indígena da Guiné
Em 1933, escreveu um texto de despedida sobre a atividade geográfica, onde é clara a sua ligação ao povo africano e timorense. Devido ao seu relacionamento com as populações locais, tornou-se crítico em relação às formas de preconceito relacionadas à superioridade racial.
Torpedo Whitehead (1892) de Oficinas da Escola de TorpedosMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Torpedo "Whitehead"
Ao longo da sua vida o Almirante Gago Coutinho redigiu ensaios, trabalhou em inventos e efetuou experiências relevantes com a telegrafia sem fios e o magnetismo, estudou a artilharia e os novos sistemas de armas, (modificação do aparelho de governo do torpedo "Whitehead"), analisou igualmente a construção naval e os problemas técnicos de navegação.
Desenho original do sextante, feito por Gago Coutinho (c. 1901 - c. 2000) de Gago CoutinhoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Desenho original do sextante, feito por Gago Coutinho
Gago Coutinho desenvolveu um processo inovador para determinar a posição de uma aeronave sobre o mar, utilizando as técnicas de navegação astronômica utilizadas a bordo de navios. Para medir a altura das estrelas eles usaram o sextante, modificado para observar as estrelas quando a linha do horizonte não era visível.
Gago Coutinho a utilizar o sextante com horizonte artificial, adaptado pelo próprio (c. 1901 - c. 2000) de Comandante Ferreira dos SantosMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Gago Coutinho a usar o sextante com horizonte artificial
A modificação consistiu na introdução de um sistema de horizonte artificial ao sextante náutico. Este instrumento náutico revelou-se fundamental para o sucesso da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul.
Capacete de Voo de Gago Coutinho (1920) de Sem informaçãoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Capacete de voo
Pertenceu ao Almirante Gago Coutinho.
Cigarreira (1923) de Azevedo CoutinhoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Cigarreira
Durante sua vida, conheceu diferentes terras e povos pelos quatro cantos do mundo. A mais emblemática dessas ligações foi com o Brasil, para onde Gago Coutinho retornaria em diversas ocasiões. Esta cigarreira foi oferecida a Gago Coutinho. Na superfície frontal encontra-se representada a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, ligando Portugal ao Brasil.
Gago Coutinho a bordo do paquete "Vera Cruz", em viagem para o Brasil (1957) de Sem informaçãoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Gago Coutinho a bordo do paquete "Vera Cruz"
Fotografia do Almirante, em viagem ao Brasil, local que ficou para sempre na sua memória.
Gago Coutinho a utilizar um astrolábio (c. 1901 - c. 2000) de Sem informaçãoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Gago Coutinho a usar um astrolábio
O interesse de Gago Coutinho pela história da Náutica e dos Descobrimentos intensificou-se ao longo dos anos motivada pela sua experiência como marinheiro, geógrafo e navegador aéreo. A sua formação matemática, de geógrafo de campo e de oficial de Marinha foi decisiva na última fase da sua vida como historiador das técnicas de navegação.
Rota provável de Vasco da Gama (1940) de Frederico Namura e Carlos Viegas Gago CoutinhoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Rota provável de Vasco da Gama
Possível rota da viagem de ida em 1497/1498 e de volta em 1498/1499, protagonizada por Vasco da Gama e que significou a "descoberta do caminho marítimo para a Índia", da autoria do Almirante Gago Coutinho. A sua contribuição para a historiografia dos Descobrimentos Portugueses centrou-se no estudo das rotas das viagens portuguesas nos séculos XV e XVI.
Última fotografia de Gago Coutinho (1959) de Sem informaçãoMuseu de Marinha, um Mundo de Descobertas
Última fotografia de Gago Coutinho
Gago Coutinho tornou-se um ícone para o país, apesar de seu caráter simples e modesto. Ele definiu uma época. Servindo de exemplo para muitos oficiais da Marinha e para a própria sociedade portuguesa, a sua vida ficou consagrada no panteão dos heróis portugueses. Ele morreu em 18 de fevereiro de 1959, um dia após o seu 90º aniversário.