Devem-se a Man Ray, retratista oficial do movimento surrealista, os mais notáveis retratos de Dalí, Ernst, Giacometti, Tanguy etc., que tanto contribuíram para torná-los conhecidos. Os de Breton, todavia, são sem nenhuma dúvida os mais numerosos e inspirados. André Breton expressa, inúmeras vezes, sua aversão pela “forma real dos objetos reais” e, portanto, pela fotografia banalmente objetiva. Seu desejo de “ver os livros ilustrados de fotografias e não mais de desenhos”, no entanto, permanece sempre presente. São as fotografias de Man Ray e de Brassaï que se veem nas páginas de O amor louco, de 1937. Breton descrevia Man Ray como um “perfeito técnico da fotografia e alguém da estirpe dos melhores pintores”, em especial porque sabia ir além das aparências e fazer da fotografia um instrumento de exploração desta região da alma que “a pintura acreditou poder reservar para si”. É a solarização, com seu debrum característico, que confere aos modelos de Man Ray uma aura fora do comum, quase irreal, assim como aproxima a fotografia do desenho de Ingres. E torna bem-sucedido o seu ateliê de retratos nos anos 1930.
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