A cratera era um vaso de boca larga usado nas libações rituais e nos banquetes, para diluir o vinho em água antes de servi-lo nas copas. A estrutura dos vasos gregos refletia a busca de formas cuidadosamente estudadas, visando o equilíbrio das proporções e uma perfeita adequação à função. Além disso, o exemplar da Casa Museu Eva Klabin apresenta um refinado e sóbrio jogo de cores: o corpo é pintado numa cor preta brilhante em que foram recavados quadros com representações de leões e cisnes em figuras negras sobre fundo vermelho. Alguns detalhes das figuras foram realizados com toques de branco e de vermelho e a grafito descobrindo a terracota. A cerâmica de figuras negras teve uma ampla produção em Corinto e Atenas entre 600 e 480 a. C., época anterior à invasão da Grécia por parte dos persas. Na segunda metade do século VI a. C., época de grande crescimento da cidade, Atenas tornou-se o principal centro de exportação em direção às colônias gregas da Itália e da Ásia Menor. A peça da Casa Museu Eva Klabin situa-se no segundo quartel do século VI, mais precisamente entre 560 e 530 a. C., pela influência das obras conhecidas do mestre Lydos, que criou temas novos e dramáticos na representação de cenas mitológicas, batalhas e caçadas, mas que pintou com freqüência as tradicionais zonas de animais. A inspiração na cerâmica da cidade de Corinto se faz marcar pela presença de bustos femininos figurados nas plaquetas da parte superior das alças, pormenor bastante raro que particulariza esta cratera.
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