Le Corbusier, um dos mais importantes arquitetos de seu tempo, cujo trabalho repercute ainda hoje, foi também urbanista, pintor e professor. Esteve no Brasil em duas épocas distintas: a primeira visita se deu em 1929 e a segunda em 1936, convidado por Lúcio Costa para colaborar como consultor no projeto do edifício sede do então Ministério da Educação e Saúde Pública - Mesp, no governo do Presidente Getúlio Vargas. A equipe de jovens arquitetos dessa importante empreitada era formada, além de Lúcio Costa, por Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Afonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcelos e Jorge Moreira. O projeto, arrojado para a época, transformou-se num marco da arquitetura moderna brasileira, tendo sido construído no período de 1937 a 1945. Segundo Lucio Costa, o prédio era também um marco histórico pela “adequação da arquitetura à nova tecnologia construtiva do concreto armado, inclusive a fachada totalmente envidraçada (...).”
Este desenho é um dos sete pertencentes ao Museu Nacional de Belas Artes e que fazem parte de uma série feita por Le Corbusier para o edifício do Mesp. Através deles é possível observar as soluções que o renomado arquiteto pensou para o local. Da sobreloja do edifício podia se avistar o morro do Pão de Açúcar através das paredes de vidro que descortinavam essa paisagem exuberante da cidade, um dos mais emblemáticos símbolos do Rio de Janeiro. Interessante notar, também, a grande escultura que vemos à esquerda da imagem, no pátio do lado de fora do prédio. Trata-se da previsão feita por Le Corbusier de uma escultura naquele local, representando o Homem brasileiro. A obra foi encomendada a Celso Antonio. O projeto apresentado pelo artista transformou-se numa polêmica e a escultura nunca chegou a ser finalizada.