Escreveu Miguel Torga (Diário, 1980) que “fazemos parte de um grande retábulo mágico, onde os figurantes se movem sem alterar a composição”. Na tribuna deste retábulo, enquadrada por arquivoltas que enfatizam a sua dimensão cenográfica, apresenta-se ao fiel um conjunto escultórico da coroação da Virgem, plena de expressividade e que poderá resultar de possíveis alterações na estrutura original. Para a força plástica do conjunto contribui o seu afastamento dos referentes eruditos conjugado com uma aproximação às devoções locais.