Habitualmente construídas em xisto (a rocha da região), as arquiteturas de sabor vernacular seguem a mesma estrutura funcional dos solares ou casas nobres. Reservam o andar térreo para a produção e armazenamento do vinho e azeite e o piso superior para habitação. Como é patente neste exemplar, a arquitetura vernacular caracteriza-se por um modo de construir emanado da própria comunidade; um conhecimento tradicional da composição e da construção que é transmitido de modo informal; uma resposta eficaz às necessidades funcionais, sociais e ambientais e uma aplicação eficaz das técnicas tradicionais da construção. Embora seja uma arquitetura sem arquitetos, a arquitetura vernacular “tem qualidades funcionais e valores pitorescos, etnográficos e até técnicos, mostrando-nos por vezes perfeitas adaptações aos sítios e às funções (…)”(ALMEIDA, 1998: 15).