Depois que as autoridades chinesas devolveram seu passaporte, em 2015, Ai Weiwei se mudou para Berlim. Viver na Alemanha aproximou-o da maior questão humanitária que o mundo enfrenta hoje. Em razão de fatores políticos e sociais – incluindo guerras, conflitos religiosos, crises econômicas e ambientais –, muitas pessoas, de diferentes regiões do mundo (incluindo Síria, Afeganistão e Iraque), buscaram segurança e oportunidades na Europa. Em 2015, mais de um milhão de refugiados entrou na Europa. Em dezembro de 2015, o artista foi para a ilha grega de Lesbos, que era uma das principais entradas para a União Europeia, na qual centenas de pessoas se lançavam, a cada dia, numa perigosa viagem marítima. Ai Weiwei testemunhou os barcos de refugiados chegando à costa, e tais cenas o estimularam a se envolver ainda mais com a questão. Ele decidiu produzir um documentário, viajar para 23 países e 40 campos de refugiados, realizando mais de 600 entrevistas e filmando mais de 1 000 horas. Isso tudo culminou no documentário Human Flow (2017). Paralelamente à pesquisa e à filmagem contínua, foram criadas novas obras de arte. Lei da Viagem é um barco inflável de 60 metros de comprimento com centenas de figuras humanas feitas de PVC reforçado. O trabalho monumental espelhou, em tempo real, a crise humanitária. Lei da viagem (Protótipo B) é um dos três protótipos criados para essa obra.