Em 2016, Ai Weiwei começou a produzir Human Flow (2017), um documentário sobre a crise global de refugiados. O artista viajou para 23 países e 40 campos de refugiados, conduzindo mais de 600 entrevistas e registrando mais de 1 000 horas de filmagem. Ele descobriu que a tendência global do deslocamento forçado tem um contexto muito mais amplo, com muitas histórias diferentes, conflitos regionais e religiosos, pressões econômicas e crises ambientais que contribuem para o que entendemos como a crise dos refugiados. Na pesquisa que Ai Weiwei e sua equipe conduziram, buscou-se uma perspectiva abrangente, começando com os primeiros deslocamentos humanos, que remontam ao Antigo Testamento. Com Odisseia, Ai Weiwei surgiu com uma linguagem visual diretamente inspirada por ilustrações encontradas nas primeiras cerâmicas, inscrições em baixo relevo e pinturas de parede da Grécia e do Egito. Nesse contexto, Ai integrou conflitos contemporâneos, com imagens encontradas nas mídias sociais e na Internet, bem como imagens de seu próprio envolvimento durante as filmagens do documentário. Os desenhos que compõem Odisseia se referem a seis temas que caracterizam a crise dos refugiados: Guerra, Ruínas, A Viagem, Cruzando o Mar, Acampamentos de Refugiados e Manifestações.