Na arte portuguesa da transição do Românico para o Gótico é comum a representação simples do Calvário, com Cristo Crucificado ladeado pela Virgem Maria e por São João Evangelista, que testemunham a morte do filho de Deus. O dramatismo do tema exprime-se no gesto do santo, que apoia a face sobre a mão, traduzindo o sofrimento interior. O esquematismo do volume e o grafismo das pregas são formas ainda ligadas à produção românica, assim como a verticalidade da figura continua presa à função de estátua-coluna e à adaptação à arquitetura, que subordinou a imaginária esculpida.