Tarsila do Amaral descende de uma família de fazendeiros do interior do Estado de São Paulo. Na segunda metade da década de 1910, a artista toma aulas, em São Paulo, com os artistas William Zadig, Pedro Alexandrino e Georg Elpons e, em 1920, vai à França estudar na Académie Julien.
Considerada hoje um dos principais nomes do Modernismo brasileiro, Tarsila não participou da Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrida no Theatro Municipal de São Paulo. Na verdade, só alguns meses após o evento a pintora passou a ter contato com os artistas e intelectuais envolvidos na iniciativa, como Anita Malfatti e Menotti del Picchia. A convivência com o grupo e sua segunda viagem à Paris, em dezembro de 1922 – com o poeta modernista Oswald de Andrade, seu então namorado - influenciaram fortemente sua trajetória dalí em diante. A tela “São Paulo”, foi realizada no mesmo ano do “Manifesto da Poesia Pau-brasil” no qual Oswald propõe a criação de uma arte “genuinamente brasileira”. Na composição vemos cenas e lugares do centro de São Paulo, como o Viaduto do Chá e o Vale do Anhangabaú. A ausência de figuras humanas e a presença de elementos como os prédios, o bonde, a bomba de gasolina no lado esquerdo e o poste de eletricidade no canto direito da tela, ajudam a construir uma ideia de progresso para uma metrópole em franca ascensão.