As rendas de bilros de Vila do Conde representam uma realidade emblemática, que resulta de séculos de tradição na produção das mesmas. Contudo, na transição do século XIX para o século XX, a massificação e globalização da cultura tem exercido um papel opressor nas artes locais e tradicionais.
Todas as instituições dedicadas à proteção e dinamização das rendas de bilros de Vila do Conde ajudaram a manter viva a tradição das rendas. Contudo, a proliferação da indústria e a procura de lucros elevados nos finais do século XX levaram a uma rutura definitiva naquilo que foi durante séculos o ambiente de trabalho da rendilheira.
Era comum verem-se as rendilheiras a trabalharam às portas de suas casas, voltadas para a rua e em conjunto, conferindo uma cor particular às ruas de Vila do Conde. Atualmente, estas ruas são apenas de passagem e algumas das mulheres que aqui trabalhavam estão agora inseridas em indústrias. Assim, as rendas são maioritariamente feitas por encomenda a rendilheiras de mãos gastas, que ainda viram as suas mães e avós a trabalharem na soleira da porta.
Durante muito tempo as meninas aprenderam a arte da renda desde uma tenra idade, com a certeza de que esse seria o seu futuro. Atualmente, aquelas que frequentam a Escola de Rendas de Vila do Conde fazem-no, para que esta tradição se prolongue pelas “linhas do tempo”.
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