A figura feminina, assim como a natureza através das mais variadas formas da fauna e da flora, foram temas recorrentes na obra de René Lalique, tanto na sua primeira fase de joalheiro, até cerca do final da primeira década do século XX, como posteriormente, quando passou a dedicar-se integralmente a trabalhar o vidro. Neste pendente, um rosto feminino de olhos cerrados esculpido em marfim emerge do centro de uma composição de ramos e folhas em ouro esmaltado a azul esverdeado. Os ramos que constituem a cabeleira da figura estão cravejados de diamantes e o rosto é encimado por uma safira que brota da boca escancarada de uma quimera. Esta dicotomia belo-horrível encontra-se, uma vez mais, associada à representação da mulher que, neste caso, alguns relacionam com um hipotético retrato de Sarah Bernhardt. Na parte inferior do pendente, ao centro, veem-se duas outras safiras. O fio, típico da obra de Lalique, é constituído por pequenas barras em ouro esmaltado ligadas por argolas do mesmo metal.