A "Michael Jackson": O legado

Parte 4: O fim da carreira e o legado deixado para as próximas gerações.

Logo após o retorno dos Jogos Olímpicos, Marileia dos Santos em companhia de familiares durante o recebimento do diploma de benemérito do município de Valença, Rio de Janeiro (1996), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

A boa filha à casa torna

O futebol feminino levou Marileia dos Santos a conhecer o Brasil. A garota da pequena cidade de Valença, faminta de gols, levava consigo o orgulho de representar um pedacinho da cidade rural carioca para o mundo.

Logo depois dos Jogos Olímpicos de 1996, Michael recebeu o diploma de cidadã benemérita do município de Valença, sua cidade natal, ao lado de sua família.

Marileia dos Santos na residencia de sua família com seu sobrinho homônimo. Valença, Rio de Janeiro (1996), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

Naquele ano também ganhou um sobrinho que foi batizado Michael Cristian, em sua homenagem.

Marileia dos Santos ao lado da mãe Rita dos Santos em Valença, Rio de Janeiro. (1996), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

O maior motivo do retorno de Leia da Europa para o Brasil sempre foi a saudade da família. A sua mãe, Rita, já em idade avançada, demandava mais atenção e cuidados de todos os filhos.

Marileia jogando lado a lado com o irmão Moacir, o Paçoca, (1990), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

Depois de conseguir dar de presente uma “casa de paredes” para a mãe, alusão à antiga casa de pau a pique da família, em 1999 Leia retornou à Valença para ficar mais próxima dos seus parentes. Aquele momento serviu para se aproximar da vida esportiva da pequena cidade. Fez amistosos com o Clube do Coroados, time que a projetou no futebol.

Escolinha de futebol do Torino Football Club (1997), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

E deu muitas aulas de futebol para a criançada de Valença. Esse gosto lhe proporcionou a experiência de clínicas para meninas na época em que trabalhava na Itália e, em 2003, como treinadora de crianças nos Estados Unidos.

"Ninguém quis Ronaldo; Todas quis Michael" foi o recado presenteado à Marileia das alunas da clínica do Sub12 de futebol feminino infantil realizada em Maryland, Estados Unidos. (2003), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

Carteirinha de Marileia dos Santosdurante a sua fase no SAAD. (2000), de Coleção Romeu CastroMuseu do Futebol

Após o falecimento de sua mãe, Marileia dos Santos passou uma longa temporada no Saad Esporte Clube, entre os anos de 2005 a 2009, onde se sagrou campeã da Copa do Brasil.

Uniforme da Seleção Paulista, Coleção Michael Jackson, 2006, Da coleção de: Museu do Futebol
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Michael também teve a oportunidade de competir, representando uma Seleção Paulista, aos 42 anos, na Queen Peace Cup Korea.

Uniforme da Seleção Paulista, Coleção Michael Jackson, 2006, Da coleção de: Museu do Futebol
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Marileia dos Santos foi selecionada entre os atletas de Campinas para acender a pira Olímpica (2016), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

E, em 2009, encerrou a sua carreira dentro das quatro linhas ao conquistar o Campeonato dos Jogos Regionais e Jogos Abertos com a equipe Saad.

Marileia dos Santos foi selecionada entre os atletas de Campinas para acender a pira Olímpica (2016), de Coleção Michael JacksonMuseu do Futebol

Marileia jogou até os 46 anos, idade improvável para a maioria dos atletas de alto rendimento. Para quem sempre teve a facilidade e gana por ampliar os placares de seus times, não seria fora das quatro linhas que esse desejo se saciaria. O ano de 2011 marcou a etapa de Mariléia dos Santos como Coordenadora Geral do Futebol Profissional do Ministério do Esporte, em Brasília. Realizou projetos como a Copa Brasil Escolar, a Copa Universitária, Campeonato Brasileiro de Futsal e articulações para o retorno do Brasileiro de Futebol Feminino com o patrocínio da Caixa Econômica Federal. Se um dia, um decreto assinado por um presidente da república gerou décadas de retrocesso para a modalidade mais popular do Brasil, Michael Jackson, depois 1574 gols em campo, talvez tenha feito o lance mais bonito de sua carreira: reaproximar o futebol feminino dos planos políticos de uma nação reconhecida como o país do futebol. Em 2019, Michael compôs o Conselho de Craques da CBF sob a presidência de Rogério Caboclo. Marileia fez parte de uma geração que inaugurou e popularizou a ideia de que meninas também poderiam se tornar jogadoras de futebol. Com o auge de uma carreira que atravessou a regulamentação do futebol para mulheres em 1983, Michael abriu caminho para que outras brasileiras vestissem a tão sonhada camisa canarinho.

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Parte 1: Os primeiros chutes durante a proibição e o início da carreira.
Parte 2: Os anos seguintes à liberação e a regulamentação.

Referência na Seleção Brasileira e no ataque do Torino.
Créditos: história

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Pesquisa Aira Bonfim e Cassimano
Textos Aira Bonfim e Daniela Alfonsi

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Textos Aira Bonfim e Daniela Alfonsi

FONTES:

ICASSATTI, Miguel. Um sábado no paraíso do swing e outras reportagens sobre sexo. Ed. Panda Books: São Paulo, 2006.

Goellner, S. V., Santos, M. D., Joras, P. S., & Ramos, S. D. S. (2014). Depoimento de Marileia dos Santos [Michael Jackson].

Goellner, S. V., Belo, R. D., Castro, L., & Lima, E. D. (2015). Depoimento de Roseli de Belo.

ALMEIDA, Caroline Soares de et al. Boas de bola: Um estudo sobre o ser jogadora de futebol no Esporte Clube Radar durante a década de 1980. 2013.

Créditos: todas as mídias
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