O uso de mágica como um escudo contra poderes maléficos é uma característica de várias culturas do mundo todo. Os amuletos protegem os respectivos donos contra a magia negra e têm como foco evitar o "mau-olhado" (uma maldição jogada pelo olhar de um feiticeiro). A proteção é igualmente desejável contra uma variedade de criaturas das trevas, como lobisomens, kappas e basiliscos
Toque para explorar
"'Cada aluno vai escrever uma redação para me entregar, sobre as maneiras de reconhecer e matar lobisomens.'"
Professor Snape em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
Portrait of Professor Remus Lupin by Jim Kay, for The Prisoner of AzkabanThe British Library
Professor Lupin
Remo Lupin ensinou Defesa Contra as Artes das Trevas no terceiro ano de Harry Potter em Hogwarts. Sem que os alunos soubessem, ele era, na verdade, um lobisomem que se transformava toda lua cheia.
O desenho a lápis de Jim Kay mostra Lupin com cabelos grisalhos e círculos escuros sob os olhos. Um pôster da lua está pendurado nas estantes atrás dele.
Werewolves, in Johann Geiler, Die Emeis (1516)Fonte original: 3835.c.26.
Lobisomens devoradores de homens
Johann Geiler von Kaysersberg pregou um sermão sobre lobisomens, publicado neste livro chamado Die Emeis (As Formigas). Geiler listou sete razões que podem fazer os lobisomens atacarem e observou que eles gostavam especialmente de comer crianças.
Johann Geiler sugeriu que a probabilidade de um ataque era influenciada pela idade do lobisomem e sua própria experiência em comer carne humana
‘Of the Sphinga or Sphinx’, in Edward Topsell, The Historie of Foure-Footed Beastes (1607)Fonte original: 435.h.6
A esfinge astuta
A obra de Edward Topsell, The Historie of Four-Footed Beastes, foi o primeiro grande livro sobre animais (reais e lendários) a ser publicado em inglês.
Neste capítulo sobre a esfinge, Topsell descreve um animal "de natureza feroz, mas domável… com um corpo grosseiro como o dos macacos." Algo menos conhecido é a capacidade da esfinge de armazenar comida nas bochechas, igual a um porquinho-da-índia.
A Neneko kappa in Tonegawa zushi by Akamatsu Sōtan (1855)Fonte original: 16084.d.15
O kappa é uma criatura lendária que recebeu esse nome dos japoneses pela união das palavras "rio" (kawa) e "criança" (wappa). De acordo com Akamatsu Sōtan, acreditava-se que o Rio Tone era o lar do neneko kappa, ilustrado aqui. Os kappas eram famosos por atrair os humanos para a água. Com membranas entre as garras e pele escamosa, o neneko kappa trocava de localização todos os anos, causando caos por onde passava.
"O kappa é um demônio aquático do Japão que habita lagos e rios rasos. Com fama de parecer um macaco com escamas de peixe em lugar de pelos, esse animal tem um oco no cocuruto da cabeça no qual ele carrega água."
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Magia das cobra
Cobras são consideradas criaturas mágicas há muito tempo. A capacidade delas de soltar a pele e fazê-la crescer novamente é vital para a associação delas com a renovação, o renascimento e a cura. Em várias culturas, cobras podem representar tanto o bem quanto o mal.
A serpentine wand (20th century)Fonte original: The Museum of Witchcraft and Magic, Boscastle, 362
Esta varinha fina é feita de madeira escura, como uma ferramenta para canalizar as forças mágicas.
Sua forma serpentina força-nos a questionar se foi usado para o bem ou para o mal.
Image of a snake charmer, in a bestiary (13th century)Fonte original: Royal MS 12 C XIX
O encantador de cobras
Esta imagem de um "feiticeiro" encantando uma serpente pode ser encontrada em um bestiário medieval. O texto descreve a emorroris, uma víbora cuja picada fazia com que a vítima suasse sangue até morrer.
Ela só podia ser presa se um conjurador cantasse para ela na toca do animal, fazendo-a dormir. Isso permitia que o encantador de cobras removesse a pedra preciosa que crescia na testa da víbora, deixando-a impotente.
Albertus Seba, Locupletissimi rerum naturalium thesauri accurata descriptio, et inconibus artificiosissimis expressio, per universam physices historiam, (1734–1765)Fonte original: 43.k.3-10
Esta ilustração mostra uma pitão reticulada, a maior cobra do mundo, nativa do Sudeste Asiático. Este livro foi feito para Albertus Seba, um boticário holandês. Sediado em Amsterdã, Seba negociava com os navios portuários, trocando remédios por espécimes naturais exóticos.
Em 1731, ele contratou artistas para desenhar cada item de sua coleção, incluindo esta cobra.
"…ele percebeu, com um choque de terror, que era uma cobra gigantesca, no mínimo, com três metros de comprimento."
Harry Potter e o Cálice de Fogo
A serpent staff (1998)Fonte original: The Museum of Witchcraft and Magic, Boscastle, 2025
Este cajado mágico foi esculpido a partir de um "carvalho do pântano", uma madeira que foi enterrada por séculos na turfa. O cajado foi decorado com uma serpente para aumentar o poder dele.
As cobras representam a capacidade de renovação e transformação. As espirais que elas formam simbolizam os ciclos duplos de luz e escuridão, cura e envenenamento, proteção e destruição.
Study of Harry Potter and the basilisk by Jim Kay, for The Chamber of SecretsThe British Library
"A cabeça do basilisco foi baixando, o corpo se enroscando, batendo nas colunas ao se torcer para atacá-lo de frente... Os terríveis olhos amarelos do basilisco estão vertendo sangue depois de a fênix Fawkes tê-los arranhado com as garras."
Harry Potter e a Câmara Secreta
Basilisco de Jim Kay
Nesta imagem impressionante feita para A Câmara Secreta, o basilisco gigante é mostrado serpenteando por Harry Potter.
Harry está segurando nas mãos a espada decorada com rubis de Godrico Gryffindor, congelado no ar no meio do movimento.
Os terríveis olhos amarelos do basilisco estão vertendo sangue depois de a fênix Fawkes tê-los arranhado com as garras.
A basilisk, in [Jacobus Salgado], A Brief Description of the Nature of the Basilisk, or Cockatrice (c. 1680)Fonte original: 1256.d.9.
Uma breve história do basilisco
Com apenas duas páginas, este folheto faz jus ao nome: A Brief Description of the Basilisk (Uma Breve Descrição do Basilisco). Ele foi escrito por James Salgado que exibiu o basilisco que foi dado a ele por um médico holandês.
Salgado descreveu a fera como amarela, com uma crista em forma de coroa e o corpo de galo ligado a uma cauda de serpente.
Esta criatura está retratada tendo acabado de matar um homem.
A basilisk, in Historia animalium (1595)Fonte original: Add MS 82955
Cuidado com o basilisco
Esse manuscrito, feito na Itália em 1595, contém uma série exclusiva de desenhos de feras míticas. Aqui está o basilisco, conhecido por conseguir matar apenas com um olhar. De acordo com o escritor romano Plínio, os basiliscos só podiam ser mortos jogando uma doninha em suas tocas. O cheiro da doninha seria fatal para o basilisco, embora as duas criaturas fossem morrer na luta subsequente.
Mágica etíope
Curator looking at an Ethiopian magic book showing amulet designsThe British Library
Ethiopian magical recipe book Ethiopian magical recipe book (c. 1750)Fonte original: Or 11390
Um livro de magia
Escrito em ge’ez, ou etiópico clássico, este livro de mágica etíope contém uma coleção de amuletos protetores, talismãs e feitiços. Ele teria pertencido a um exorcista ou däbtära, uma figura religiosa altamente educada.
As imagens teriam sido usadas para fazer pergaminhos de amuleto. Os desenhos talismânicos se concentravam na imagem do olho, como uma defesa contra o mau-olhado.
A protective amulet scroll in a cylindrical silver case, with a separate talismanic scrollFonte original: Or 12859 + Or 9178
Pergaminhos de amuleto
Os amuletos têm sido usados no mundo todo há milhares de anos. Este pergaminho etíope contém preces para desfazer feitiços, combinadas com desenhos talismânicos destinados à cura de doenças e ao exorcismo de demônios. Escritos em papel-pergaminho, esses documentos são conhecidos como yä branna ketab ("escrito na pele").
A protective amulet scroll in a cylindrical silver case, with a separate talismanic scrollFonte original: Or 12859 + Or 9178
Eles ficam guardados em estojos de couro ou em recipientes de prata e são elaborados para ficarem pendurados em casa ou usados ao redor do pescoço.