Exposição - CCBB Rio de Janeiro 2020 |
Essa retrospectiva é uma oportunidade para se compreender a trajetória de Ivan Serpa, um dos mais importantes mestres da arte no Brasil, revelando as várias fases do pintor e sua multiplicidade estética e técnica. Ivan Serpa (1923-1973) participou de diversos grupos e tendências artísticas. Ele é referência obrigatória na história da arte brasileira moderna e contemporânea. Curadoria: Hélio Márcio Dias Ferreira e Marcus de Lontra Costa
O Ministério da Cidadania e o Banco do Brasil apresentam e patrocinam Ivan Serpa: a expressão do concreto, ampla retrospectiva de um dos artistas mais importantes da arte moderna e contemporânea brasileira. Após passar pelo Rio de Janeiro, a mostra segue para São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. A exposição, com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Hélio Márcio Dias Ferreira, exibe obras oriundas de diversas coleções das várias fases do pintor abrangendo sua multiplicidade estética e técnica. Pinturas do período concretista; peças de caráter expressionista, da fase Negra, que o artista preferia denominar Crepuscular; obras das fases Op-Erótica, Amazônica, Mangueira e Geomântica revelam um aspecto místico do artista. A trajetória de Serpa, ainda que breve, deixou uma marca significativa na história da arte nacional, graças à sua sensibilidade, liberdade e ousadia. Ao apresentar este projeto, o CCBB reafirma o seu compromisso com o acesso à arte por meio do trabalho de um dos expoentes do modernismo no país e a sua contribuição para a identidade cultural brasileira. Centro Cultural Banco do Brasil
IVAN SERPA E SUA MULTIPLICIDADE
Depois da Segunda Grande Guerra, o modernismo internacional viu-se diante de um desafio: reconstruir esteticamente o Ocidente utilizando a racionalidade dos processos de seriação industrial, acrescida de sensibilidade humanista e romântica. No Brasil, surgiu uma talentosa geração no cenário artístico e, entre tantos, desde o início destacou-se o nome de Ivan Serpa, artista e mestre, inquieto criador, protagonista de um movimento concretista que integrou valores internacionais e aspectos particulares da realidade brasileira. Após um período de grande repercussão das suas obras abstratas geométricas, o artista viajou para a Europa. Travou contato direto com os grandes mestres da pintura e percebeu que lhes faltavam conhecimentos técnicos na arte de pintar. Em seu retorno ao Brasil, já nos anos 60, experimentou outras linguagens. Produziu obras que estabeleciam contato com os movimentos da abstração considerada informal, com a figuração expressionista, além de criar novas técnicas gráficas. Chegou a retomar a abstração geométrica, por vezes mesclada ao figurativismo, e não se furtou a usar inspiração mística no final da carreira. A figuração aparece nas séries Bichos e Mulheres e bichos; são imagens contundentes, repletas de violência e sensualidade. Serpa captou esse novo cenário e dele se apropriou à sua maneira, numa linguagem sensual, dramática e tensa, na qual o corpo feminino é abrigo de uma gráfica barroca. A violência das guerras pelo mundo e o clima de frustração causado pela destruição dos projetos de transformação social e política no Brasil fazem com que Ivan Serpa, premonitoriamente, anuncie tempos de chumbo e de medo, no potente grito pictórico de tétricas imagens na série de pinturas normalmente chamada de Negra e que o artista preferia denominar, poeticamente, de Crepuscular. No trabalho como restaurador de obras raras em papel, função que desempenhou como funcionário da Biblioteca Nacional, observou atentamente a ação de cupins e produziu obras que chamou Anóbios, com uma trajetória microscópica que delineava elaboradas filigranas, pequenos labirintos observados e recriados pelo artista. As estratégias da pop art atuaram como afirmação da liberdade, bem como instrumento essencial da criação. Mas foi, através de certos procedimentos oriundos da op art, que o pintor reencontrou a imposição da ordem, do ritmo, da modulação e da gráfica, que marcaram as estratégias estéticas da arte geométrica, ainda na década de 1960. Suas telas foram compostas por elementos articulados, jogos de armar e amar, e suas cores foram vibrantes, tropicais e populares. Depois de tantas imagens e vida percorrida, o artista deixou seu legado em apenas duas décadas. Mas, antes de partir, retornou parabolicamente ao seu princípio e à sua essência, produziu com geometria a fase Geomântica. Enquanto alguns cobravam do pintor coerência com estilos e vertentes estéticas, ele respondia com ousadia e liberdade. No mundo contemporâneo, somente a instância artística garante ação criativa e semântica ao ser humano, impedindo que as grandes redes de comunicação façam de cada usuário apenas uma figura incapaz de articular e definir os jogos de significados conectados a uma trama virtual e global. Exemplos como os de Ivan Serpa são lições permanentes; fornecem a régua e o compasso para a criação da ousadia e da liberdade essenciais para a vida humana. Hélio Márcio Dias Ferreira e Marcus Lontra (curadores)
EXPOSIÇÃO IVAN SERPA: A EXPRESSÃO DO CONCRETO
Patrocínio / Sponsorship
Banco do Brasil
Realização / Presentation
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania
Centro Cultural Banco do Brasil
Curadoria / Curatorship:
Helio Márcio Dias Ferreira
Marcus de Lontra Costa
Coordenação Geral e Projeto Expográfico / General Coordination and Exhibition Design : Marcio Gobbi
Assistente de curadoria / Curatorial Assistant:
Bianca Ramos
Guilherme Ferreira
Produção Executiva e Coordenação de Conteúdo / Executive Production and Content Coordination: Trítono Produções – Gabriela Weeks
Produção / Production: Tatiana Belli
Design Gráfico / Graphic Design: Ludovico Desenho Gráfico / Paulo Humberto L. Almeida
Designer assistente / Assistant Designer: Nancy Torres
Iluminação / Lighting Design: Julio Katona
Gestão de Recursos Incentivados / Project Administration: Clarice Magalhães
Assessoria Jurídica / Legal Advice: Medeiros e Pupo Advogados
Seguros / insurance: Affinitté
Transporte de obras de arte/
Transportation of works of art:
Agradecimentos / Acknowledgments:
Família Serpa
Abraham Palatnik
Alice Felzenszwalb
Almir Paredes Cunha
Angela Balloussier Ancora da Luz
Angélica Pimenta
Antonio Manuel
Augusto Stefani
Beny Palatnik
Berenice Arvani
Bruna Araújo
Carlos Trevi
Chico Fortunato
Dominique Colinvaux
Eder Tadeu Pereira
Edgar Moura Brasil
Fabio Szwarcwald
Galeria Berenice Arvani
Gilberto Chateaubriand MAM Rio
Gustavo Rebello
Hecilda e Sergio Fadel
Heraldo Serpa
Igor Queiroz
Izabel Ferreira
Joel Coelho
Jones Bergamin
Lêo Pedrosa
Leonardo Amarante
Leonel Kaz
Luis Antonio N. Almeida Braga
Luis Paulo Montenegro
Luiz Alberto Danielian
Luiz Carlos Ritter
Luiz Guilherme Schymura
Marcel Felipe Pimenta
Marcelo Rodrigues Barbosa
Marcia e Luiz Chrysostomo
Marcia Lontra Costa
Marco Greco
Marcus Izaac Telles
Maria Eduarda e Cesar Aché
Marta Fadel
Max Perlingeiro
Museu de Arte Contemporânea da USP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Paula Marinho
Peter Cohn
Regina Martelli e João Elísio Ferraz de Campos
Ricardo Rego
Ronaldo Cezar Coelho
Ronie e Conrado Mesquita
Rosemary Vidal Mendes
Rubens Rodrigues Ferreira
Siri e Oswaldo Chateaubriand
Soraia Cals
Therezinha Dias Ferreira