Pacaembu

O estádio monumento

Vista parcial do Estádio do Pacaembu. (1949), de Werner Haberkorn | Direitos Reservados / Reprodução: José Rosael/Hélio Nobre/Museu Paulista da USPMuseu do Futebol

O seu, o meu, o nosso... Pacaembu!

O bordão eternizado pelo locutor Edson Sorriso traduz bem o sentimento dos paulistanos com relação ao estádio que completa 80 anos em 2020. Foi palco de shows, visita de Papa, atos e manifestações políticas, além, é claro, de jogos de diversos times paulistas e seleções, masculinas e femininas, que o adotaram como “casa”. E agora, como parte das medidas para combater a COVID-19, o Paca transforma-se num hospital de campanha e entra numa nova e importante batalha.

Cartaz "Vamos ao Estádio" (1940), de Acervo Leonardo RomanoMuseu do Futebol

Vocacionado para ser grande desde o primeiro projeto, o Pacaembu foi construído em uma cidade de São Paulo bem diferente da megalópole atual. Aqui contamos a história dessa obra.

Vista do bairro do Pacaembu em construção. (20th century), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Do fundo do vale ao bairro-jardim

Em 1921, a City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited - a Cia. City - doou uma área de 50 mil metros quadrados à Prefeitura. Era um fundo de vale, encharcado, repleto de nascentes e ribeirões, no bairro cujo nome, em Tupi, significa “rio das pacas” – Pacaembu.

Propaganda do bairro do Pacaembu no jornal Correio Paulistano, 18 de julho de 1937. (1937), de Jornal Correio Paulistano de 18 de julho de 1937Museu do Futebol

Fundada em 1911 na Inglaterra e atuante em São Paulo desde 1912, a Companhia adquiriu e comercializou na cidade mais de 12 milhões de metros quadrados em loteamentos. Dentre eles, o bairro do Pacaembu.

Planta do bairro Pacaembu, com o Estádio Municipal ao centro. (1951-02-28), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

A empresa de urbanização introduziu um padrão urbanístico conhecido como “bairro-jardim”, implantado em áreas predominantemente residenciais, aproveitando qualidades naturais do terreno, como vegetação, drenagem e topografia. As residências deveriam seguir determinados padrões, tais como recuos frontais para áreas verdes e muros baixos. As vias favoreciam o trânsito local e abriam-se para pequenas praças no interior das quadras.

Construção da Avenida Pacaembu. (1941), de Sebastião de Assis FerreiraMuseu do Futebol

O projeto do bairro-jardim do Pacaembu só vingou depois de 1923, pois a legislação da época impedia ruas com a curvatura apresentada no projeto e proibia vias sem saída. Somente após mudanças nas leis sobre os assentamentos urbanos é que os lotes no Pacaembu começaram a ser vendidos, em 1925.
A abertura da Avenida Pacaembu (na foto) impulsionou a primeira venda de lotes.

Venda de lotes no Bairro Pacaembu. (1930), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

“Venham adquirir um lote no que vai ser o mais belo e aristocrático bairro de São Paulo, orgulho da população paulista”, dizia o anúncio da Cia. City para venda de lotes no Pacaembu, que posteriormente foi chamado de "a nova maravilha urbana".
O bairro foi projetado para abrigar segmentos das elites imigrantes, comercial e industrial da cidade.

De Dmitri KesselLIFE Photo Collection

Um estádio para São Paulo

Com um pouco mais de meio milhão de habitantes em 1920, São Paulo chegou a 1940 com população de mais de 1 milhão e 300 mil - um crescimento demográfico que ensejou novos arranjos urbanísticos. O futebol começava a atrair grandes multidões e a imprensa esportiva exigia um novo palco para os jogos. Com isso, o projeto do estádio municipal tornou-se estratégico.

Torcedores no campo da Antártica (1925), de Fon Fon MagazineMuseu do Futebol

Desejava-se um local com capacidade superior às dos estádios até então existentes na capital paulista: Parque Antártica com 27.650 lugares, Fazendinha com 16.000, Estádio do Paulistano e Estádio da Floresta, com 15.000 cada. O Pacaembu, como planejado no final dos anos 1920, prometia abrigar 50.000 pessoas.

Notícia do "A Gazeta", 10 de setembro de 1925., Jornal A Gazeta de 10 de setembro de 1925, 1925, Da coleção de: Museu do Futebol
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Antes de a Prefeitura investir no projeto, muitos grupos pleitearam fazer no Pacaembu uma praça de esportes. Como a Associação Paulista de Sports Athleticos (APSA), a imprensa esportiva, clubes...

Notícia do "A Gazeta", 10 de junho de 1930., Jornal A Gazeta de 10 de junho de 1930, 1930, Da coleção de: Museu do Futebol
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e grupos de estudantes universitários.

Basquete feminino na Associação Atlética São Paulo. (1920/1929), de Associação Atlética São Paulo/Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Fábio Prado, prefeito de São Paulo de 1934 a 1938, foi responsável por criar o Departamento de Cultura e Recreação, em 1935, à frente do qual estava o escritor e compositor Mário de Andrade. Mário foi entusiasta da construção do estádio, entendendo que esse espaço aliava esporte, lazer e cultura. A ideia de prover espaços públicos para que a população pudesse praticar exercícios físicos e atividades de lazer era, à época, uma novidade.

Manchete do jornal "Correio Paulistano", 31 de outubro de 1936. (1936), de Jornal Correio Paulistano de 31 de outubro de 1936Museu do Futebol

Dentro do Departamento, havia uma divisão específica para Educação e Recreio e uma subseção para Campos de Atletismo, Estádio, Piscinas e Divertimentos Públicos. Foi aí que o projeto do estádio municipal ganhou corpo. As obras começaram oficialmente em 1936.

Projeto da piscina, ginásio e salão de festas do complexo do Estádio do Pacaembu. (1935), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O projeto, na visão da gestão de Fábio Prado e Mário de Andrade, deveria ir muito além do futebol: nasceu ali a ideia do complexo esportivo e de lazer. Piscina, quadra de tênis, quadra poliesportiva, pista para atletismo, salão de festas e palco para apresentações musicais. Para promover tudo isso, a Prefeitura acertou com a Cia. City a doação de uma porção complementar ao terreno com 25 mil metros quadrados.
Veja o começo das obras no próximo vídeo.

Construção do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Planta geral de projeto não executado do estádio do Pacaembu. (1935), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O projeto de arquitetura

Iniciado em 1934, o projeto traz ao centro o campo de futebol, rodeado pelas arquibancadas. No lado sul, a piscina, ginásio e quadra de tênis. Uma curiosidade: na sua primeira concepção, o Pacaembu seria um “estádio sem portas” - repare no lado direito da imagem como a entrada era livre, marcada apenas por colunas ornamentais.

Capa do projeto arquitetônico do estádio, do escritório Severo & Villares (1934), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Depois, Ricardo Severo e Arnaldo Dumont Villares, discípulos do famoso arquiteto Ramos de Azevedo e responsáveis pelo projeto, desenharam uma entrada monumental. A escolha não foi apenas estética, mas também consequência da política, como contaremos adiante.

Construção das arquibancadas no Estádio Municipal. (1937), de Acervo da Biblioteca da FAUUSP | Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Severo e Villares aproveitaram a topografia do terreno: as arquibancadas leste e oeste foram assentadas no próprio morro, usando-o como limite para encaixar o campo de futebol bem no centro.

Espectadores lotam as arquibancadas do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho. (1950), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Esse uso do terreno dá singularidade ao Pacaembu: ele se acomoda no bairro, parece pequeno por fora, mas propicia uma experiência incrível para quem está dentro.

Construção do ginásio do Estádio do Pacaembu. (1939), de Benedito Junqueira DuarteMuseu do Futebol

As arquibancadas em torno da piscina seguem o mesmo traçado simétrico das grandes arquibancadas do campo de futebol.

Perspectiva do trampolim da piscina do complexo esportivo do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O acervo do Museu do Futebol guarda as plantas digitalizadas do projeto de arquitetura. Elas têm detalhes lindíssimos, como esse desenho da torre de saltos, demolida em reformas posteriores.

Detalhes do gabinete sanitário para senhoras da recepção do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Ou esse detalhe dos banheiros do ginásio...

Desenho do acabamento do salão de festas do Estádio do Pacaembu (1939), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

... e deste balcão do salão de festas. O Estádio do Pacaembu é reconhecido pela elegância do estilo Art Déco, movimento artístico referência para a moda, o cinema e a arquitetura.

Detalhes da quadra de tênis coberta do complexo do Estádio do Pacaembu. (1939), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Os edifícios nesse estilo têm em comum o uso de formas geométricas, a busca pela simetria e o design abstrato.

LIFE Photo Collection

O Art Déco foi comum em diversos monumentos pelo mundo. O Estádio Olímpico criado para os Jogos de Berlim (Alemanha) em 1936, por exemplo, chama a atenção pela exuberância de suas torres e simetria da fachada.

Projeto não executado da entrada do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho. (1934), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O projeto do Estádio do Pacaembu tem similaridades com o projeto de Berlim, como as torres altas e a simetria dos pilares.

Nesta imagem, o primeiro projeto para a fachada, ainda sem a arquibancada norte. Vamos falar dela adiante.

A Concha Acústica com parte do bairro do Pacaembu ao fundo. (1940's), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

No lado sul do campo, foi projetado um local para apresentações musicais, balés e outros eventos culturais. O palco ganhou o nome de Concha Acústica.

Menino na Concha Acústica do Estádio do Pacaembu. (1950's), de Foto Abílio FernandesMuseu do Futebol

Nela, era possível observar bem a ideia da simetria e design geométrico do estilo Art Déco. A concha foi demolida em 1969 para dar lugar à arquibancada sul, chamada de Tobogã - muito criticado justamente por não considerar a arquitetura original do estádio.

Réplica da estátua "David" no Estádio Municipal. (1950), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Ao lado da Concha, próximo à arquibancada leste, foi colocada uma reprodução da escultura clássica do artista renascentista Michelangelo: o Rei David. A referência ao estilo clássico expressava o ideal de corpo, de beleza e de arte considerado nos projetos políticos da época. Exercitar o corpo servia também à construção de uma nação.

Manifestação de apoio a Getúlio Vargas (1930), de Iconographia / Cia da MemóriaMuseu do Futebol

Estádio, esporte e política

Construir um complexo esportivo dessa magnitude em São Paulo foi um projeto político que perpassou diferentes contextos locais e nacionais. São Paulo é símbolo da oligarquia que enriqueceu a partir da produção de café e dominou a política nacional republicana até os anos 1930. A entrada do gaúcho Getúlio Vargas na presidência da República representou a ascensão de outros grupos políticos ao poder. O novo presidente virou um inimigo dos paulistas, que entraram em guerra contra o poder federal, na conhecida Revolução Constitucionalista de 1932.

Adhemar de Barros, Getúlio Vargas e Prestes Maia participam de vistoria às obras do Estádio, três meses antes de sua inauguração. (1940), de Autor desconhecido | Acervo Iconographia/Cia. da Memória | Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O projeto do Estádio do Pacaembu passou por uma importante alteração a partir de 1938. Alguns fatores no esporte e na política foram decisivos para isso.

Primeiro, a mudança de regime político: Getúlio Vargas, em um golpe, instaurou a ditadura do Estado Novo (1937-1945) e passou a nomear novos governadores nos estados. Escolheu Adhemar de Barros para ser o interventor federal em São Paulo. Este, por sua vez, nomeou Francisco Prestes Maia para a Prefeitura.

Da esquerda para a direita, Adhemar de Barros, Getúlio Vargas e Prestes Maia, em comitiva de visita ao Estádio, em 1940.

De Dmitri KesselLIFE Photo Collection

Prestes Maia continuou os planos de adequar São Paulo a uma nova ordem urbana. Seu projeto, no entanto, visou à ampliação de grandes corredores viários, abrindo os caminhos para o tráfego do automóvel. A cidade que se industrializou muito rápido nos anos 1930 e 1940 logo assumiu a ideia de que seria a “locomotiva do país”.
São da mesma época do estádio obras como as avenidas 9 de Julho, 23 de Maio e a Radial Norte (atual Av. Prestes Maia).

Planta geral do projeto para futura ampliação do estádio do Pacaembu. (1938), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O já grande estádio precisaria ser ainda maior. Foi criado, então, o projeto das arquibancadas norte, em formato de U, que compõem o edifício da fachada monumental do Pacaembu. A capacidade subiu para 70 mil torcedores.

Desenho da arquibancada parte oeste do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Na parte superior, as linhas curvas e simétricas da arquibancada dão um charme extra ao desenho arquitetônico.

Madeiramento da arquibancada do Estádio Pacaembu. (1930), de Acervo da Biblioteca da FAUUSP | Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O uso do concreto armado, uma novidade à época, permitiu a construção de uma sólida estrutura de sustentação das novas arquibancadas, projetadas para serem o teto de uma grande galeria porticada.

"Sala da Exaltação", no Museu do Futebol. (2020), de Marcelo ContinelliMuseu do Futebol

Quase 70 anos depois da sua construção, essa estrutura de sustentação pode enfim ser revelada ao público pelo Museu do Futebol. A sala da Exaltação fica exatamente no ponto em que a arquibancada leste sai do morro e faz a curva para unir-se à arquibancada norte!

Andaimes na construção da fachada do Estádio do Pacaembu. (1930's), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O edifício da fachada tem três andares e abrigava, no térreo, as bilheterias, vestiários e o portão principal.

Construção da fachada do Estádio do Pacaembu. (1930's), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Nos andares superiores ficavam dormitórios, restaurante, salão de festas e os escritórios da administração. Muitas delegações dormiram onde hoje está o Museu do Futebol!

Colunas da fachada do estádio do Pacaembu. (1940's), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

A fachada monumental propiciou a criação de uma galeria porticada em toda a sua extensão. Dos pilares ao teto, todo o desenho é inspirador para quem passa por ali. A entrada do estádio tornou-se também um local para lazer e prática livre de exercícios físicos.

Detalhes das letras da fachada do Estádio do Pacaembu. (1939), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

A nova fachada também abriu a oportunidade de instalação de um grande letreiro. A tipografia foi especialmente criada e até hoje é elogiada por sua elegância e simetria.

Uma curiosidade: o nome Paulo Machado de Carvalho foi incorporado somente em 1961, após a conquista do Mundial de 1958 pela Seleção Brasileira masculina.

Entrada principal do Estádio do Pacaembu. (1940's), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

A celebração

"Revestiu-se de raro brilho a inauguração do Estádio Municipal", foi a manchete da Folha da Manhã noticiando a cerimônia ocorrida em 27 de abril de 1940. Bem recebida pela crítica e pelos mais de 50 mil espectadores, a abertura do primeiro equipamento esportivo público de São Paulo foi repleta de desfiles cívicos e discursos oficiais. Veja detalhes de sua inauguração no próximo vídeo.

Inauguração do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Desfile de inauguração do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

Mais de dez mil atletas desfilaram com "precisão e disciplina", "conjugadas no simbolismo das cores nacionais". Assim exaltou o Presidente Getúlio Vargas no discurso de abertura, após ser enaltecido pelo Prefeito Prestes Maia, que dedicou a obra aos feitos do Estado Novo: "é um monumento oferecido à administração de vossa excelência que erigiu a educação moral e física da sociedade em princípio constitucional".

Inauguração do Estádio do Pacaembu. (1940), de Sebastião de Assis FerreiraMuseu do Futebol

"Diante dessa demonstração da mocidade forte e vibrante, índice eugênico da raça (...) quero dizer-vos: povo de S. Paulo! Compreendestes perfeitamente que o Estádio do Pacaembu é obra vossa e para ela contribuístes com o vosso esforço e a vossa solidariedade. E compreendestes ainda que esse monumento é como um marco da grandeza de São Paulo a serviço do Brasil", foram as palavras finais do discurso de Getúlio Vargas.

Festejos de inauguração do Estádio do Pacaembu. (1940), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O evento teve pira olímpica (trazida por um revezamento de atletas do Rio de Janeiro a São Paulo), hasteamento de bandeiras e uma reverência do Fluminense F. C., que entregou uma bandeira nacional como "homenagem do primeiro estádio construído no Brasil ao Estádio do Pacaembu". Seiscentos atletas foram condecorados com o Distintivo da Mocidade Paulista e o dia terminou com a apresentação do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo tocando a obra "O Guarany", de Carlos Gomes.

Juramento recitado durante o desfile inaugural do Estádio do Pacaembu. (1940), de Universidade Presbiteriana MackenzieMuseu do Futebol

Exaltados nos discursos oficiais da inauguração, os atletas tiveram de prestar um juramento.

Os atletas juraram praticar e difundir a educação física esportiva para fazer do Brasil uma nação forte. "Pela glória defesa e dignidade do esporte e do Brasil", era a frase final do texto.

Cartaz de autoria de Carlos Klanke, desenhado para a inauguração do Pacaembu. (1949), de Carlos KlankeMuseu do Futebol

Foi realizado também um concurso de cartazes para a abertura do estádio. Oitenta e sete pessoas participaram, como o artista plástico Carlos Klanke, autor deste cartaz.

Ingresso de inauguração do Estádio do Pacaembu. (1940/1949), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

O ingresso da inauguração é hoje um relíquia guardada por colecionadores.

Sao Paulo (1947-08), de Dmitri KesselLIFE Photo Collection

O gramado do Pacaembu só viu a bola rolar mesmo no dia 28 de abril, no jogo entre o Palestra Itália (atual Palmeiras) e Coritiba. Zequinha, do time paranaense, marcou o primeiro gol da história do Pacaembu, com só 2 minutos de partida. O jogo foi parte do Torneio Cidade de São Paulo, criado especialmente para a inauguração do Estadio. Foram 4 times em rodada dupla. O Palestra venceu o primeiro por 6 a 2 e, no segundo jogo do dia, o Corinthians venceu o Atlético Mineiro por 4 a 2. O primeiro derby no estádio ocorreu dias depois, em 5 de maio. A taça ficou com os palestrinos.

Fachada do Estádio do Pacaembu. (1953), de Gabriel ZellauiMuseu do Futebol

O primeiro campeão do Pacaembu, no entanto, não foi do futebol. Enquanto a bola rolava no campo, em todo o complexo esportivo aconteciam torneios internacionais: basquete, tênis, atletismo, natação e esgrima, que deu ao estádio seu primeiro campeão: o brasileiro Ferdinando Alessandri, esgrimista que participara dos Jogos de Berlim em 1936.

Visão aérea do Estádio do Pacaembu e seu entorno. (1950), de Direitos ReservadosMuseu do Futebol

A história esportiva do Pacaembu estava apenas começando. Oitenta anos depois, pela primeira vez na história do complexo, sua administração passa a ser feita por uma empresa privada, num contrato de concessão para os próximos 35 anos. Nem por isso, o primeiro grande empreendimento público destinado ao esporte no país perdeu sua vocação cívica. Durante a pandemia da COVID-19, o estádio abriga mais uma importante batalha, que, assim como a história de sua construção, será motivo de orgulho de muitos brasileiros!

Créditos: história

MUSEU DO FUTEBOL
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
JOÃO DORIA - Governador do Estado
RODRIGO GARCIA - Vice-Governador do Estado
SÉRGIO SÁ LEITÃO - Secretário de Cultura e Economia Criativa
CLÁUDIA PEDROZO - Secretária Executiva de Cultura e Economia Criativa
FREDERICO MASCARENHAS - Chefe de Gabinete de Cultura e Economia Criativa

IDBRASIL CULTURA, EDUCAÇÃO E ESPORTE - Organização Social de Cultura gestora do Museu do Futebol
Conselho de Administração
Presidente – Carlos Antonio Luque
Diretora Executiva e Administrativa e Financeira - Vitoria Boldrin
Diretora de Conteúdo – Daniela Alfonsi

EXPOSIÇÃO PACAEMBU: O ESTADIO MONUMENTO
Curadoria e textos: Daniela Alfonsi
Pesquisa e colaboração geral: Ligia Dona, Débora Oliveira, Dóris Régis, Camila Aderaldo.
Montagem: Ligia Dona e Daniela Alfonsi
Revisão: Renata Beltrão
Tratamento de imagens: Hugo Takeyama

São Paulo, abril de 2020.

Créditos: todas as mídias
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes. Portanto, ela pode não representar as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.

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