Siga os caminhos do Vasco da Gama
Venha conhecer o homen que descobriu o caminho marítimo para a Índia
O primeiro a chegar à Índia
Depois de várias décadas a tentar chegar à Índia, em que morreram milhares de pessoas e foram destruídos dezenas de barcos, Vasco da Gama, um navegador português foi a primeira pessoa a chegar à Índia pelo mar. A viagem inicial que ocorreu entre 1497-1499, foi a primeira a unir a Europa à Ásia pelo mar. Criou a primeira rota marítima entre os Oceanos Atlântico e Índico, estabelecendo ligação direta entre o ocidente e o oriente, o que deu início a uma nova era de globalização. Esta foi, a viagem mais longa da sua época, e deu à coroa portuguesa acesso às rotas de especiarias, o que impulsionou a expansão do império português.
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Vasco da Gama nasceu entre 1460 e 1469 na cidade de Sines, onde existe uma estátua em sua honra virada para o oceano.
Por volta de 1480, Vasco da Gama seguiu os passos do seu pai e juntou-se à Ordem de Santiago. O mestre da ordem era o Principe João que, em 1481 ascendeu ao trono como D. João II. Como Rei, deu grande importância à Ordem de Santiago, permitindo que Vasco da Gama tivesse acesso à coroa.
The Grand Canal, Venice, with the Palazzo Bembo (about 1768)The J. Paul Getty Museum
O Rei D. João II fez várias reformas em Portugal. O monarca quis acabar com a dependência da coroa da nobreza feudal. Para o fazer procurou criar um tesouro real.
Sobre os auspícios de D. João II o comércio de ouro e escravos cresceu. Mas o Rei estava desejoso de entrar no comércio lucrativo das especiarias, que tinha sido feito maioritariamente por terra.
A República de Veneza dominava grande parte das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia.
Desde a tomada de Constantinopla pelos Otomanos, que o comércio ficara limitado e os custos aumentados.
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Os planos do Rei estavam a materializar-se quando Vasco da Gama era um homem novo. Em 1487, o Rei D. João II de Portugal enviou Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva em missão de descobrir os caminhos das especiarias, via Barcelona, Nápoles e Rodes até Alexandria, porta para Aden, Ormuz e Índia. Ao mesmo tempo, Bartolomeu Dias havia regressado da sua travessia pelo Cabo da Boa Esperança(à esquerda), após ter explorado o "Rio do Infante" (Great Fish River, na actual África do Sul) e verificado que a costa desconhecida se estendia para nordeste.
Até então, apenas faltava um navegador que conseguisse descobrir a ligação entre os achados de Bartolomeu Dias e de Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, para iniciar uma rota de comércio marítimo potencialmente lucrativa via Oceano Índico.
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Esta escultura na Cidade do Cabo, foi construída em honra do Bartolomeu Dias. Por trás pode avistar-se a Montanha da Mesa.
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Vasco da Gama foi considerado o homem certo para esta missão, e em Julho de 1497 partiu rumo à Índia com quatro navios. Vasco da Gama partiu de Belém, muito provavelmente perto de onde fica hoje a Torre de Belém.
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A expedição seguiu uma rota já velejada pelos anteriores exploradores ao longo da costa de África, através de Tenerife e do Arquipélago de Cabo Verde. Após atingir a costa da atual Serra Leoa, Vasco da Gama desviou-se para o sul em mar aberto, cruzando a linha do Equador, enfrentando os ventos vindos de oeste do Atlântico Sul, que Bartolomeu Dias já havia identificado em 1487.
Esta manobra de "volta do mar" foi bem sucedida e, em Novembro de 1497, a expedição atingiu novamente o litoral Africano.
Durante mais de três meses, os navios navegaram mais de 6.000 quilómetros em mar aberto, sendo esta a mais longa viagem em alto mar até então.
Este monumento é uma reprodução da Cruz de Vasco da Gama situada no Cabo da Boa Esperança na África do Sul.
Vasco da Gama op audiëntie bij koning van Calcutta (1676) de Padtbrugge, HermanRijksmuseum
A 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no atual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo para a Índia. Vasco da Gama encontrou-se com o governador local, Samutiri Manavikraman Rajá, samorim de Calecute a fim de estabelecer um acordo comercial.
As negociações comerciais não foram tão favoráveis como antecipado, não se tendo chegado ao acordo pretendido.
Medalhão - Vasco da Gama (Sec. XVI)Mosteiro dos Jerónimos
No entanto, quando Vasco da Gama regressa (1499) a sua viagem foi considerada um sucesso. Vasco da Gama recebeu o título de "almirante-mor dos Mares das Índia", sendo-lhe concedida uma renda de trezentos mil réis anuais, que passaria para os filhos que tivesse.
Medalhão - Pedro Alvares Cabral (Sec. XVI)Mosteiro dos Jerónimos
Depois da expedição de Vasco da Gama, foi envida uma segunda expedição para a Índia, desta vez comandada por Pedro Alvares Cabral.
A expedição partiu de Lisboa em março de 1500. A frota passou por Grã Canária, rumo a Cabo Verde. Navegou rumo a oeste afastando-se o mais possível do continente africano, utilizando novamente a técnica de navegação "volta do mar". Em abril de 1500, a frota ancorou no Brasil, sendo esta a primeira expedição europeia a chegar a aquele país.
A frota retomou sua viagem rumo à Índia em maio de 1500, e chegou a Calecute em setembro. Cabral teve êxito nas negociações com o Samorim e obteve autorização para instalar uma feitoria e um armazém na cidade-estado. Mas os comerciantes rivais consideraram o negócio português como uma ameaça ao monopólio deles e provocaram um ataque ao entreposto português. Os portugueses sofreram várias baixas e suas instalações foram destruídas. Cabral vingou-se do ataque saqueando e queimando a frota árabe e, em seguida, bombardeou a cidade em represália à incapacidade de seu governante explicar o ocorrido.
De Calecute a expedição rumou para Cochim, outra cidade-estado indiana, onde Cabral fez amizade com seu governante. Cabral, carregou seus navios com cobiçadas especiarias e partiu rumo à Europa. Apesar da perda de vidas humanas e de navios, a viagem de Cabral foi considerada um sucesso após o seu regresso a Portugal. Os lucros extraordinários resultantes da venda das especiarias reforçaram as finanças da Coroa Portuguesa e ajudaram a lançar as bases de um Império Português, que se estenderia das Américas ao Extremo Oriente.
Three Caravels in a Rising Squall with Arion on a Dolphin from The Sailing Vessels de After Pieter Bruegel the Elder (Netherlandish, Breda (?) ca. 1525–1569 Brussels)The Metropolitan Museum of Art
Atendendo às dificuldades enfrentadas pelo Pedro Alvares Cabral, em Fevereiro de 1502, Vasco da Gama comandou uma nova expedição com uma frota de vinte navios de guerra, com o objetivo de fazer cumprir os interesses portugueses no Oriente.
Views of Kozhikode and Kannur, Kerala with Hormuz, Iran and Elmina, Ghana (1572) de Georg BraunKalakriti Archives
Tendo chegado à região, Vasco da Gama estabeleceu uma aliança estratégica com o governador de Kannur, um rival do Samorim. De seguida a frota viajou para Calecute onde devido ao ataque sobre a feitoria portuguesa, bombardeou a cidade e barcos rivais. Finalmente viajou para Cochim onde estabeleceu uma aliança com o governante (outro rival do Samorim).
Custódia de Belém (Século XVI) de Gil Vicente (atrib.)MNAA Museu Nacional de Arte Antiga
Regressando a Portugal em Setembro de 1503.
Na sua segunda viagem Vasco da Gama recebeu ouro do tributo do Régulo de Quilôa (na atual Tanzânia), em sinal de vassalagem à coroa de Portugal. Este ouro foi entregue ao rei D. Manuel I que mandou lavrar para o Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos), a Custódia de Belém que é atribuível ao ourives e dramaturgo Gil Vicente
Considerada a mais célebre obra da ourivesaria portuguesa, pelo seu mérito artístico e pelo seu significado histórico.
Destinada a guardar e expor à veneração dos fiéis a hóstia consagrada, apresenta, ao centro, os doze apóstolos ajoelhados...
...sobre eles pairando uma pomba oscilante, em ouro esmaltado a branco, símbolo do Espírito Santo e...
...no plano superior, a figura de Deus Pai, que sustenta o globo do Universo, materializando-se deste modo, no sentido ascensional, a representação da Santíssima Trindade.
As esferas armilares, divisas do rei D. Manuel I, que definem o nó, como que a unir dois mundos (o terreno, que se espraia na base, e o sobrenatural, que se eleva na estrutura superior), surgem como a consagração máxima do poder régio nesse momento histórico da expansão oceânica, confirmando o espírito da empresa do Rei Venturoso.
Porta PrincipalMosteiro dos Jerónimos
Tendo adquirido uma reputação de temível solucionador de problemas na Índia, Vasco da Gama foi enviado de novo para o subcontinente indiano em 1524.
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O objectivo era que ele substituísse Duarte de Meneses, cujo governo se revelava desastroso, mas Vasco da Gama contraiu malária pouco depois de chegar a Goa. Como vice-rei atuou com rigidez e conseguiu impor a ordem, mas morreu na cidade de Cochim, na véspera de Natal em 1524.
Foi sepultado na Igreja de São Francisco(Cochim, à esquerda).
Mosteiro dos Jerónimos é Praia de Belém (1657/1657)Mosteiro dos Jerónimos
O Mosteiro dos Jerónimos, foi construído logo após a viagem do Vasco da Gama, com os primeiros lucros do comércio de especiarias
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Em 1880, data em que ocorreu a trasladação de Vasco da Gama para o Mosteiro dos Jerónimos, ficando ao lado do túmulo de Luís Vaz de Camões.
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A importância da viagem do Vasco da Gama no palco da história permanece viva.
A ponte mais comprida de Portugal tem o seu nome. O poema épico "Os Lusíadas" (1572) de Luís Vaz de Camões, centra-se em grande parte nas viagens de Vasco da Gama. O compositor do século XIX, Louis-Albert Bourgault-Ducoudray, compôs uma ópera, em 1872, de mesmo nome, baseada na vida e explorações marítimas de Vasco da Gama. A cidade portuária de Vasco da Gama, em Goa, é nomeada em sua memória, como o é a "cratera de Vasco da Gama" na Lua. Existem três clubes de futebol no Brasil (incluindo o Club de Regatas Vasco da Gama) e o Vasco Sports Club, em Goa. Também nomeados em sua homenagem uma igreja em Cochim, Kerala, a Igreja Vasco da Gama, e o bairro Vasco na Cidade do Cabo, também o homenageiam.
Texto: Mosteiro dos Jerónimos & Wikipédia
