Os Portugueses no Japão

Descubra a história apresentada nos Biombos Namban

Biombos Namban (1601/1610) de Escola de KanoMuseu Nacional Soares dos Reis

A presença dos portugueses (namban-jin), nos portos do sul do Japão a partir de meados do séc. XVI, inspirou um tema de grande popularidade na pintura japonesa.

Numa panorâmica sobre fundo de ouro e forte colorido, a composição descreve o momento histórico observado pelos pintores da Escola de Kano: a chegada da nau preenche o lado esquerdo do primeiro biombo, viajantes e mercadorias espalham-se no cais do lado direito.

A Nau do Trato ou de comércio, uma embarcação robusta com três mastros, várias cobertas e castelos de proa e popa. A varanda de popa, com uma cobertura, era destinada à defesa. Na entrada do castelo de popa encontra-se o capitão-mor do navio, evidenciado por uma cadeira com sobrecéu.

Os batéis transportam pessoas e diversidade de mercadorias da nau para o cais.

A seda acondicionada em rolos era adquirida pelos portugueses em Cantão e muito apreciada pelas elites no Japão.

A composição regista o desenvolvimento narrativo: o capitão-mor, já desembarcado, assiste rodeado pelo seu séquito às manobras da chegada no cais.

Os trajes foram pintados com rigor, tecidos, acessórios e colorido foram adequados às distinções sociais entre nobres e escravos. As figuras são estilizadas e os traços faciais simplificados.

Retrato padrão de um português: nariz oblongo, cabelo, barba, bigode e olhos de cor escura.

No segundo biombo do par, nuvens douradas dividem espaços e ações: a atividade mercantil, com passagem por uma rua de comércio local, e em plano mais afastado a residência dos missionários.

Um mercador manuseia uma balança dentro de uma arca para pesar a prata. Produzida no Japão, era o principal produto de exportação.

Elemento raro nas representações, o ábaco (soroban) instrumento de cálculo tradicional no Japão, é utilizado para a contabilidade do lucrativo comércio.

Os produtos comercializados são exibidos numa loja: sedas, em rolos e em fardos, espadas e chapéus, estes símbolos do traje ocidental.

Um objeto “exótico”, uma cadeira que transporta diferentes hábitos culturais.

Nobres portugueses identificados pelos trajes e crucifixos em ouro, encaminham-se pelo porto japonês.

Encontro no porto japonês: um nobre português, que segura um chapéu na mão, e um missionário residente.

Missionários Jesuítas à porta da missão.

A missão cristã é assinalada por uma cruz. No seu interior, e revelando a assimilação de práticas da cultura japonesa, uma figura sentada no chão segura uma taça de chá.

Créditos: história

Curadoria: Ana Cristina Almeida (MNSR)
Conteúdos: Paula Oliveira (MNSR)
Apoio: Mafalda Macedo (Voluntária do MNSR)
Produção Digital: Luis Ramos Pinto (DGPC)
Créditos Fotográficos: Google Arts & Culture
Agradecimentos: Google Arts & Culture

Créditos: todos os meios
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes, podendo nem sempre refletir as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.
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