Independência Ou Morte, de Pedro Américo de Figueiredo e MelloMuseu do Ipiranga
VOZES DA INDEPENDÊNCIA
A Independência do Brasil não foi um fato isolado ocorrido às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822. Foi resultado de um longo processo histórico.
E não foi pacífico!
A Exposição Temporária "Vozes da Independência" foi instalada no Claustro do Palácio das Indústrias, sede do Museu Catavento e foi a base para a elaboração dessa Exposição Virtual. Confira...
D. Pedro I por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Dom Pedro I
Nasceu em Portugal, em 1798. Com apenas nove anos deixa Portugal juntamente com a Família Real, rumo ao Rio de Janeiro. E, aos 22 anos, seu pai Dom João VI retorna a Portugal deixando-o como Príncipe Regente do Brasil.
O 1º Imperador do Brasil
Aclamado como Imperador, D. Pedro I ainda teve que submeter as províncias leais à Lisboa e os separatistas republicanos. Após 3 anos, Portugal aceitou a independência. Com reinado de 9 anos, em 1831, abdica do trono para seu filho, Dom Pedro II, de apenas 5 anos.
Maria Leopoldina por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Leopoldina
Leopoldina de Habsburgo-Lorena, nasceu na Áustria, em 1797 e pertenceu a uma das mais antigas e poderosas dinastias da Europa. Desde cedo, mostrou inclinação para as ciências naturais e falava 6 idiomas, incluindo o português.
A Imperatriz do Brasil
Leopoldina cumpriu um papel importante no processo pela Independência, pois agiu diretamente com o futuro Imperador D. Pedro para seguir o caminho da ruptura com Portugal.
Sessão do Conselho de Ministros (1922), de Georgina de AlbuquerqueMuseu Histórico Nacional
A princesa e a política
A princesa presidiu a reunião que definiu a independência. A carta enviada após essa reunião fez com que D. Pedro declarasse a independência, em 7 de setembro de 1822, tornando Leopoldina a Imperatriz do Brasil.
Sessão do Conselho de Ministros. Autora: Georgina de Albuquerque. Óleo sobre tela, 1922. Acervo do Museu Histórico Nacional/Ibram. Fotografia de Jaime Acioli. N.º 006197
Tiradentes por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier nasceu em Minas Gerais em 1746. Aos 11 anos de idade passou para tutela do padrinho, que era cirurgião. Trabalhou em várias frentes, mas dedicou-se também às práticas farmacêuticas e a profissão de dentista, o que lhe valeu a alcunha de Tiradentes
O Patrono da Nação
Com o declínio na mineração, a população não conseguia pagar os altos impostos à Portugal. Tiradentes então começou a pregar em Vila Rica, a favor da Independência do Brasil, juntamente com os demais inconfidentes. Porém foram delatados antes que virasse uma revolução.
Patrono Cívico da Nação Brasileira
Os inconfidentes então foram presos, julgados e condenados ao exílio perpétuo em colônias na África, apenas Tiradentes foi sentenciado à morte. Além de enforcado, foi decapitado e esquartejado. Mais tarde, na república, o dia 21 de abril se tornou feriado em sua memória.
D. João VI por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Dom João VI
Dom João VI nasceu em Lisboa, em 1767. Foi um dos protagonistas da vinda da Família Real ao Brasil em 1808, o que provocou mudanças estruturantes nas instituições, no comércio e na atividade política do Brasil Colonial.
O rei de dois mundos
Com as mudanças e a elevação do Brasil, de colônia à reino unido a Portugal, Lisboa reivindicou a volta do Brasil ao status de colônia e o retorno imediato da Família Real a Portugal. D. João atende à pressão portuguesa deixando no Brasil seu filho, D. Pedro.
O conselho do Rei
"Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que hás de me respeitar, do que para algum aventureiro". A famosa frase de D. João VI ao seu filho indica que a independência seria inevitável. Além disso, orienta que o poder deve permanecer na dinastia dos Bragança.
Barbara de Alencar por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Bárbara Alencar
Nasceu em 1760, em Pernambuco. Transformou sua casa, no Crato (CE), em um local de encontros de intelectuais e políticos. Participou junto de seus três filhos da conspiração republicana em 1817.
A primeira revolucionária presa do Brasil
Identificada como liberal, agitadora e conspiradora, aos 57 anos foi presa por 3 anos. Participou da Confederação do Equador de 1824, movimento separatista que foi sufocado pelas tropas imperiais. Sua importância política somente foi reconhecida quase 200 anos após sua morte.
Cipriano Barata ilustrado por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Cipriano Barata
Nasceu em Salvador (1762) foi político e jornalista. Na Universidade de Coimbra diplomou-se em cirurgia, filosofia e matemática. No Brasil, participou de movimentos sociais e políticos como Conjuração Baiana (1798), Revolução Pernambucana (1817) e Confederação do Equador (1824).
O Agitador
Com fama de agitador, sua luta nos movimentos pela liberdade, renderam muitos anos de prisão. Como deputado, representou a Bahia em Portugal e defendia a independência do Brasil. Em Lisboa, circulava com roupas feitas com algodão brasileiro demonstrando repudio ao estrangeirismo
Frei Caneca por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Frei Caneca
Recifense, Joaquim do Amor Divino Rabelo ordenou-se frei pelo convento do Carmo e passou a usar o sobrenome Caneca em homenagem a seu pai. Frei Caneca foi filósofo, jornalista e professor. Como capelão durante a Revolução Pernambucana de 1817, foi preso por quase 4 anos.
O frei revolucionário
Teve um trabalho importante na Confederação do Equador, compartilhando informações e opiniões políticas principalmente em seu jornal “Typhis Pernambucano”. Em 1824, os confederados foram capturados e, como um dos líderes do movimento, o Frei foi sentenciado à morte em 1825.
Maria Felipa de Oliveira (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Maria Felipa
Mulher negra e forte, a baiana Maria Felipa de Oliveira aprendeu na luta da capoeira a se defender. Liderou um grupo que vigiava a praia para prevenir a chegada dos portugueses pelo mar e organizou o envio de alimentos para os que lutavam contra a dominação portuguesa.
A heroína baiana
Em 1823, embarcações portuguesas aguardavam para invadir Salvador, Maria Felipa foi crucial para a derrota dos portugueses. Liderando um grupo de aproximadamente 40 mulheres, surraram os portugueses com galhos de cansanção e incendiaram suas embarcações no litoral de Itaparica.
Maria Quitéria por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Maria Quitéria
Nasceu na Bahia e demonstrou interesse pela caça e montaria desde cedo. Destemida, entrou para o regimento militar utilizando roupas e identidade masculinas afim de enfrentar os portugueses na Guerra da Independência.
A primeira mulher do Exército Brasileiro
Ao ter sua identidade revelada, permitiram que ela continuasse no exército utilizando seu nome verdadeiro. Maria Quitéria acrescentou uma saia ao seu uniforme e seguiu com o batalhão em vários combates, participando da defesa de pontos estratégicos e de trincheiras.
Joana Angélica de Jesus por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Joana Angélica
De família abastada, a baiana Joana Angélica de Jesus recebeu excelente educação e aos 20 anos entrou para a Ordem de Santa Clara. Em 1821, no ano que D. João VI retorna a Portugal, assume a função de Abadessa do Convento Nossa Senhora da Conceição, na Lapa.
A mártir da Independência
Durante a acirrada disputa entre os nascidos em Portugal e os nascidos no Brasil, soldados portugueses invadem o Convento na Lapa. Porém, tiveram sua entrada bloqueada por Joana Angélica, para proteger o convento e as outras freiras. Acabou sendo morta com golpes de baioneta.
Toque para explorar
Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa em Salvador
Segundo a tradição antes de ser morta, Joana Angélica exclamou: "Para trás bandidos, respeitem a casa de Deus. Recuai, só penetreis nesta casa passando por sobre o meu cadáver."
Domitila de Castro por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Domitila de Castro
Nascida em São Paulo (1797), Domitila descendia da nobreza lusitana. Teve um relacionamento de 7 anos com D Pedro I. Em 1823, foi para a corte no Rio de Janeiro, sendo nomeada Dama Camarista da Imperatriz Leopoldina. Posteriormente em 1826, recebeu o título de Marquesa de Santos
A Marquesa de Santos
Domitila rompeu com os padrões que se esperava de uma mulher de seu tempo, chocando a sociedade. Mas ao mostrar sua força, fez-se respeitada.
Veio a falecer aos 70 anos, no “Solar da Marquesa”. Seu enterro foi seguido pela elite cultural, econômica e política paulista.
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Solar da Marquesa de Santos em São Paulo
Domitila esteve presente em vários momentos importantes do Brasil: colaborou nas Guerras da Cisplatina e do Paraguai, ajudou a fundar a sede da Santa Casa de Misericórdia e era mantenedora dos estudantes da Faculdade de Direito. Viveu por 24 anos com seu marido Tobias de Aguiar.
Thomas Cochrane por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
Thomas Cochrane
Nasceu na Grã-Bretanha em 1775. Apelidado de “O Lobo do Mar”, teve uma vida recheada de aventuras. Cochrane foi um oficial naval e herói de guerra britânico. Combateu nas Guerras Napoleônicas e se engajou nas Guerras da Independência do Chile, Peru, Brasil e Grécia.
O guerreiro escocês que lutou pela Independência
Após da declaração de Independência do Brasil, a pedido do Imperador, assumiu a patente de Primeiro-almirante. Com o propósito de expulsar as tropas portuguesas que ainda ocupavam o território brasileiro, também combateu na Confederação do Equador.
José Bonifácio por Marília Navickaite (2022), de Marília Navickaite e Museu CataventoMuseu Catavento
José Bonifácio
O “Patriarca da Independência”, nasceu em Santos, em 1763. Estudou direito, filosofia natural, química e matemática. Foi um dos articuladores da permanência de Dom Pedro I no Brasil, fato decisivo no processo de Independência.
O Patriarca da Independência
Participou do Conselho de Estado em 2 de setembro de 1822, onde escreveu juntamente com Leopoldina a carta enviada para D Pedro I que dá inicio ao rompimento oficial entre Portugal e Brasil. Além de varias outras articulações politicas que consolidaram a nossa independência.
Governo do Estado de São Paulo
Rodrigo Garcia - Governador do Estado de São Paulo
Sergio Sá Leitão - Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa
Rogério Custódio de Oliveira - Secretário Executivo de Estado de Cultura e Economia Criativa
Frederico Mascarenhas - Chefe de Gabinete de Estado de Cultura e Economia Criativa
Paula Paiva Ferreira - Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico
Catavento Cultural e Educacional
Sergio Silva de Freitas - Presidente do Conselho de Administração
Alberto Lima - Diretor Executivo
Ricardo Pisanelli - Gerente de Conteúdo
Pesquisa
Pâmella Andrade
Fabio Alves
Letícia Carvalho
Ana Rita C. Lima
Curadoria
Ana Rita C. Lima
Projeto Virtual
Pedro Jackson
Luara Brito
Ilustrações
Marília Navickaite
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