Biombos Namban (Século XVII) de Seal of Kano NaizenMNAA Museu Nacional de Arte Antiga
A chegada dos portugueses ao Japão, em 1543, originou um intercâmbio comercial e cultural que ficou assinalado neste par de biombos: a curiosidade e o ambiente festivo pela chegada do barco negro dos namban jin (os bárbaros do sul, como eram designados os portugueses) ao porto de Nagasáqui.
O pintor japonês, Kano Naizen, retrata, entre nuvens douradas, a partida do barco negro português de um porto que poderá ser Goa, Índia, onde se carregava grande parte da mercadoria levada para o Japão.
A arquitetura estranha e os dois imponentes elefantes assim o sugerem.
Na azáfama do porto, na altura da partida do navio, veem-se figuras de leigos e de religiosos que acenam despedindo-se...
...enquanto outros personagens se entretêm em animadas corridas de cavalos.
Ao grande navio negro, representado com enorme detalhe e já com as velas enfunadas...
...chega o último passageiro.
O pintor representa agora a chegada do barco negro ao Japão:
o desembarque...
...o cortejo...
...e os variados produtos e animais exóticos trazidos pelos portugueses.
O pintor acentua, de forma exagerada, as proezas dos marinheiros nos mastros fazendo malabarismos, decerto maravilhado com a sua perícia.
Os detalhes e o colorido das várias indumentárias dos namban jin (como eram designados os portugueses) foram representados ao pormenor, identificando as várias funções e categorias de cada um.
Ao longe, um japonês reza numa capela católica, encimada por uma cruz, junto a um dos vários colégios jesuítas, revelando igualmente a importância desta ordem missionária no ensino.
Estes biombos são, sem dúvida, importantes documentos históricos e artísticos sobre as relações entre Portugal e o Japão.
Textos: MNAA/Conceição Borges de Sousa
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