Menire, a vida da mulher Kayapó e o seu lar

Conheça as mulheres do povo Kayapó.

Mulheres da Aldeia Kubenkokre (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Linha de frente

Nós, mulheres Kayapó, somos conhecidas no Brasil e no mundo como mulheres guerreiras, valentes e que sempre estão na linha de frente nas lutas por justiça, proteção dos nossos territórios e na defesa dos nossos direitos individuais e coletivos.   

Mulheres da Aldeia Krimej (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Menire

Nós, mulheres Kayapó, nos auto-identificamos como “menire”. Esse é o nome usado em nossa língua materna para nos diferenciar das outras mulheres, uma vez que as mulheres não indígenas são chamadas de “kubenire”.

Mulheres da Aldeia Pyngraytire (2018), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Olhar sobre si

Quando começamos a falar sobre nós mesmas costumamos dizer: “menire tyx”, “menire djàpej kumej’ti”, “menire mejkumrej”, que traduzido para o português significa mulheres Kayapó fortes, trabalhadoras e belas.   

Reorno para Aldeia (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Força e trabalho

Nossas características de força e trabalho estão na rotina árdua de afazeres domésticos e familiares, como buscar lenhas em grandes distâncias, com cestos cargueiros nas costas, [...]

Mulheres da Aldeia Menkragnoti Velho (2017), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Dia a dia

no preparo dos alimentos, na abertura e manutenção das roças, no cuidado com a casa e com os filhos e na coleta da castanha e do cumaru, que exigem muito trabalho e esforço.    

MULHERES DA ALDEIA BAÚ (2017), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Beleza Kayapó

Nós gostamos de nos enfeitar para ficarmos mais bonitas. Nossa beleza está no corte de cabelo, no uso do óleo de babaçu, no uso dos adornos de miçangas, no uso de vestidos coloridos, e principalmente na pintura corporal com jenipapo e urucum.

MULHERES DA ALDEIA BAÚ (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Tradição e cultura

Nossa força está na nossa cultura, pois somos guerreiras, e também as principais responsáveis pela manutenção, fortalecimento e transmissão dos conhecimentos que são repassados aos nossos filhos e netos, todos os dias.

MENI RE BÊ KAYAPÓ KUTE AMRE AMIJO WAPAJ O TEM - Fases da vida da mulher Kayapó

Nós temos que aprender a fazer de tudo, por isso nossos ensinamentos vão sendo transmitidos das mais velhas para as mais novas. A gente trabalha muito, faz muita coisa desde a hora que acorda até a hora de dormir. Na nossa cultura, a vida da mulher é dividida em quatro etapas.

Criança Kayapó (2012), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

MENPRINTIRE - a criança mulher

Essa etapa da vida das nossas filhas vai do nascimento até o tempo de andar e começar a brincar na casa, no rio e em qualquer lugar, mas sempre acompanhadas de um adulto ou criança mais velha.

Moças da Aldeia Baú durante uma festa (2018), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

MEKURERERE - moça

Quando nossas filhas já estão mocinhas nos ajudam em tudo. Nessa fase, as moças já sabem fazer pintura e trabalhar com miçanga. A educação é para ela não pegar nada de ninguém quando for para a cidade, para ela ajudar a mãe, e também recebe orientações para quando for a hora do casamento.  

Moça grávida (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

MEKRAP˜YJ NE - primeiro filho

Quando se casa, a mulher vai morar na casa dos pais ou então constrói sua própria casa com o marido. O homem deixa sua casa e vai morar sob o teto da esposa. As mulheres jamais deixam sua casa materna. Essa fase da vida da mulher é muito importante, pois é quando ela tem seu primeiro filho.

Mulher na rede fumando cachimbo (2018), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

MEBENGÊJTE - a mulher velha

A outra etapa da vida da mulher Kayapó é marcada pela velhice, quando ela fica mais em casa e diminui um pouco o número de atividades. Mas, é nessa fase que a mulher mais transmite informações e conhecimentos aos mais jovens.   

ME INHÕ KIKRE - Nossa casa

Vista áerea do Aldeia KUBENKOKRE (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Cobertura de plantas

Nós moramos em grandes casas de madeira com cobertura de palha de babaçu, inajá e outras plantas...

Espaço cotidiano

Nossas aldeias têm formato de círculo e no centro da aldeia fica a casa dos homens, onde antigamente as mulheres não podiam entrar.

Vista áerea do Aldeia KRIMEJ (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Vida na floresta

Nossa casa é a Floresta. Nós temos nossa terra, e queremos continuar assim, com nosso lugar protegido, cuidando dos nossos rios, das nossas matas e do nosso alimento.   

Vista áerea do Aldeia KAWATUM (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Território nativo

Nós moramos em duas terras indígenas, que ficam no sudoeste do estado do Pará, no meio da Floresta Amazônica, em um território protegido pelas famílias Kayapó.   

Vista áerea do Aldeia PUKATOTI (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Vista áerea do Aldeia Baú (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Lar da biodiversidade

A Floresta, ou melhor, nossa casa, tem uma diversidade de lugares como igarapés, lagoas, rios e muitas espécies de vida silvestre como animais, plantas, peixes, insetos e pássaros.   

A casa, a roça e a floresta (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Vista áerea do Aldeia PYNGRAYTIRE (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Guardiãs

Somos defensoras das florestas e fazemos o bom uso da nossa terra, com o manejo através da coleta da castanha, do cumaru e da abertura e manutenção das roças familiares.

M`YJ NE ME NE ARI BA - Como vivemos

Mulheres Carregando Porco do Mato na estrada (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Cotidiano

Nós vivemos em nossa terra com nossas famílias e parentes, em diversas aldeias, que vem se transformando ao longo dos anos. Até um tempo atrás, morávamos em apenas 3 grandes aldeias, mas atualmente existem mais de 12 aldeias de diversos tamanhos.

Preparo do Berarubu - comida típica (2018), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Centro de decisões

No momento, 09 aldeias são atendidas pelo Instituto Kabu. A maior aldeia e por isso o centro político, é a aldeia Kubenkokre, onde moram cerca de 200 mulheres com suas famílias.    

Mulheres da Aldeia Pukany na roça (2019), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Partilha constante

Nós vivemos em comunidade, partilhando recursos, contribuindo para o aumento da nossa produção, gerando recursos, exercendo nossa cosmologia e transmitindo às futuras gerações os fundamentos da nossa cultura.    

Peixes no Girau (2016), de Cleber Oliveira de AraújoMemorial dos Povos Indígenas

Arte e vida

Exercitamos nossa arte e modo de vida a partir da pintura corporal, do artesanato, das festas, da música e dos diversos rituais.

Créditos: todas as mídias
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes. Portanto, ela pode não representar as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.
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