Mosteiro dos Jerónimos é Praia de Belém (1657/1657)Mosteiro dos Jerónimos
Os Séculos XV e e XVI foram a época dourada dos descobrimentos portugueses, que fizeram de Portugal um dos países mais prósperos da época. Alguns dos mais importantes eventos deste período ocorreram durante o reino do rei D. Manuel I. Em 1496, foi feito um pedido pelo rei D. Manuel I à Santa Sé, no sentido de lhe ser concedida autorização para se erigir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo. Uma das razões da construção prende-se, por certo, com a vontade do monarca reunir em panteão o ramo dinástico por ele iniciado (Avis-Beja). A dedicação do Mosteiro à Virgem de Belém foi outro factor que pesou na decisão régia.
de Diogo de Boitaca e Nicolau ChanterenneMosteiro dos Jerónimos
Esta é a entrada principal do Mosteiro. A estatuária à sua volta conta-nos sobre um dos períodos mais importantes da história de Portugal. Apesar de ser mais pequeno e menos detalhado que o Portão Sul, a sua orientação simbolicamente a Nascente segundo a tradição cristã, faz dela a porta fronteira ao Altar-Mor, e portanto, a porta principal. Foi projectada por Diogo de Boitaca e executada por Nicolau Chanterenne em 1517.
Porta PrincipalMosteiro dos Jerónimos
Do lado esquerdo do portal vê-se D. Manuel I e atrás de pé São Jerónimo.
D. Manuel I ascendeu ao trono em 1495 sucedendo João II de Portugal. D. Manuel I provou ser um sucessor à altura, apoiando os descobrimentos portugueses e o desenvolvimento dos monopólios comerciais.
Durante seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia (1498), Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil (1500), Francisco de Almeida tornou-se no primeiro vice-rei da Índia (1505) e o almirante Afonso de Albuquerque assegurou o controlo das rotas comerciais do oceano Índico e golfo Pérsico e conquistou para Portugal lugares importantes como Malaca, Goa e Ormuz.
Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel I escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos. Durante quatro séculos essa comunidade religiosa habitou nestes espaços, mas em 1833 foi dissolvida e o lugar desocupado. Dai a representação do S. Jerónimo ao lado do Rei.
de Diogo de Boitaca e Nicolau ChanterenneMosteiro dos Jerónimos
Aos pés do Rei D. Manuel I um anjo segura as armas heráldicas do Rei, a esfera armilar e as armas do Reino de Portugal.
Porta Principal (1517)Mosteiro dos Jerónimos
Do lado direito, a rainha D. Maria, sua segunda mulher, e São João Baptista.
A morte da primeira mulher de D. Manuel, D. Leonor, em 1498, durante o parto do seu filho, levou a que D. Manuel, numa política de aproximação entre as duas casas reais peninsulares, se viesse a consorciar com a irmã de D. Leonor, Maria, em 30 de agosto de 1500, tendo aí iniciado-se uma ligação dinástica com a Espanha tão profunda que, em última análise, estará na origem dos acontecimentos de 1580, em que a dinastia Filipina reinou Portugal.
Porta Principal (1517)Mosteiro dos Jerónimos
Ao lado da Rainha D. Maria esta o seu santo patrono o São João Baptista.
Porta Principal (1517)Mosteiro dos Jerónimos
Ao pés da Rainha uma anjo segura nas suas armas heráldicas, compostas por três ramos em flor.
de Diogo de Boitaca e Nicolau ChanterenneMosteiro dos Jerónimos
Os reis estão encimados por um anjo que segura nas armas do Reino de Portugal.
Elementos decorativos do renascimento incluem anjos em traje romano...
e querubins.
A encimar este portal estão três nichos que acolhem conjuntos de estatuária com cenas do nascimento de Cristo (Anunciação, Natividade e Adoração dos Magos).
Apesar de mais pequeno, a dimensão histórica desta porta é enorme.
Coordenação:
Isabel Cruz de Almeida (Diretora, Mosteiro dos Jerónimos)
Texto:
Mosteiro dos Jerónimos
Produção Digital:
Luis Ramos Pinto (Direção-Geral do Património Cultural)