Os Lopes Rodrigues - O pai, João Francisco Lopes Rodrigues e seu filho, Manoel Lopes Rodrigues contribuíram para redimensionar a história da arte baiana no século XIX, cujas obras ganham destaque no acervo do Museu de Arte da Bahia.
JOÃO FRANCISCO LOPES RODRIGUES (1825-1893)
Foi professor do Liceu de Artes e Ofícios e lecionou Desenho e Pintura na Academia de Belas Artes da Bahia, instituição que ajudou a fundar, em 1877. No acervo do MAB destacam-se seus trabalhos de natureza-morta, representando seres inanimados. Os elementos mais utilizados para compor as naturezas-mortas são: mesas com comidas e bebidas, frutas, flores e utensílios domésticos, todos referidos à esfera privada, às vocações ou aos hobbies.
Tainhas (1861) by João Francisco Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Pássaros Mortos (1861) by João Francisco Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Bacalhau e Garoupa (1890) by João Francisco Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
MANOEL LOPES RODRIGUES (1859 - 1917)
Pintor, desenhista e professor, era filho de João Francisco Lopes Rodrigues, com quem iniciou seus estudos e o substituiu na Cadeira de Desenho no Liceu de Artes e Ofícios, aos 17 anos. Foi pensionista do imperador D. Pedro II e do governo republicano, tendo permanecido dez anos na Europa. Quando retornou a Salvador, em 1896, realizou uma grande exposição no foyer do Teatro São João, onde apresentou 23 telas, dentre as quais muitas integram o acervo deste museu. Foi um dos fundadores da Sociedade de Belas Artes da Bahia, em 1918.
Natureza Morta – Flores (1890) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Interior de Casa Baiana by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Interior da Capela do Castelo de Vitrè (1900) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Boas Notícias by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
A carta by Manoel Lopes RodrifguesMuseu de Arte da Bahia
Paisagem do Rio Sena (1892) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Procissão na Bretanha (1888) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Orquestra Ambulante (1898) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
La Bohème (1900) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
Durante sua permanência em Paris, como exercício acadêmico, copiou o famoso retrato "La Bohemienne", pintado pelo artista holandês Franz Hals por volta de 1640 - obra que se encontra no Museu do Louvre.
DOIS VÉUS
A cena se passa num cemitério, tendo como fundo uma paisagem onde se destacam dois grandes ciprestes ao fundo e uma vegetação rasteira próxima às sepulturas. No 1º plano, duas figuras femininas: a mãe e a filha marcadas pela dor, chorando a morte do ente querido. A senhora que se encontra em pé, coberta de vestes negras, em gesto comovido, sustenta o rosto com lenço na mão direita, enquanto a filha, vestida de branco em traje de 1ª comunhão, encontra-se ajoelhada debruçando o rosto sobre a grade do túmulo, na mão esquerda, um ramo de flores.
A República (1896) by Manoel Lopes RodriguesMuseu de Arte da Bahia
A REPÚBLICA
Em fins de 1895, Lopes Rodrigues, que estava em Roma, recebeu da Assembleia Geral da Bahia a encomenda de uma grande composição alegórica à República, destinada ao novo Palácio do Governo. A encomenda, no valor de 3.000 francos, não poderia ter chegado em melhor hora, já que acabara de ser suspensa a pensão que o Governo Federal lhe concedia desde 1889. Monumental, a obra apresenta o convencionalismo típico do gênero, acentuado pelo Positivismo, a que o artista teve que se submeter. Inspirados no imaginário republicano francês, os brasileiros usaram a figura feminina para representar a República, simbolizando humanidade e liberdade. Apresenta-se com barrete frígio, sentada em alta cadeira e com a mão direita segurando uma espada.
Ana Liberato
Diretora do Museu de Arte da Bahia
Equipe:
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