Por Fundação Calouste Gulbenkian
Texto de Lígia Afonso / Plano Nacional das Artes
Maria Antónia Siza foi criadora de muitas centenas de obras sobre papel, nomeadamente desenhos a tinta-da-china, aguarelas, guaches e gravuras, mas também de bordados e algumas pinturas. A sua produção ficará, no entanto, desconhecida do público até muito recentemente, quase meio século passado sobre a sua trágica morte, aos 32 anos.
Sem título (não datado) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, não datado
Bordado
124 x 40,5 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18TXP3
Sem título (não datado) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, não datado
Bordado
144 x 46,5 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18TXP9
O seu desenho é sobretudo figurativo, de expressão linear e registo caligráfico. Começava sempre por desenhar os pés aos personagens, que depois cresciam espontaneamente no papel em traços enérgicos, ascendentes e ziguezagueantes. Assim se revelavam seres surrealizantes, grotescos, deformados ou contorcidos, em ações e gestos indiscerníveis, mas individualizados, surgindo de pé, caídos no chão ou deitados numa cama. Estas figuras, homens e mulheres envelhecidos, decrépitos e agonizantes, parecem quase sempre flutuar.
Aglomeradas em constelações fantasmáticas, movimentam-se e equilibram-se em coreografias dinâmicas e melancólicas, de enorme complexidade e rigor compositivos, encenando gestos comuns e solidários. Outras, pelo contrário, aparecem isoladas, silenciosas e enigmáticas, sobre o fundo branco e vazio da página.
Sem título (década de 1960) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, década de 1960
Tinta-da-china e aguada sobre papel
27,7 x 21 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18DP4458
Sem título (década de 1960) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, década de 1960
Tinta-da-china e aguada sobre papel
27,7 x 21 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18DP4464
Inquietante e bizarro, delirante e fantástico, íntimo e trágico: assim se caracteriza o universo livre e pessoal de Maria Antónia Siza, um manifesto violento e brutal sobre a fragilidade da condição humana.
Sem título (década de 1960) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, década de 1960
Tinta-da-china e aguada sobre papel
43 x 30,7 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18DP4467
Sem título (década de 1960) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, década de 1960
Tinta-da-china e aguada sobre papel
43 x 30,8 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18DP4466
Sem título (década de 1960) de Maria Antónia SizaFundação Calouste Gulbenkian
Sem título, década de 1960
Tinta-da-china e aguada sobre papel
43 x 30,5 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 18DP4469
Saiba mais sobre a artista:
Maria Antónia Siza | Museu Calouste Gulbenkian
Seleção de obras apresentada na exposição Tudo o que eu quero: Artistas portuguesas 1900-2020, no seu primeiro momento no Museu Calouste Gulbenkian, no âmbito da programação cultural que decorre em paralelo à Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia 2021.
Exposição organizada pelo Ministério da Cultura de Portugal, Direção Geral do Património Cultural e a Fundação Calouste Gulbenkian, em co-produção com o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, Tours e com a colaboração do Plano Nacional das Artes.
Curadoria:
Helena de Freitas e Bruno Marchand
Texto de Lígia Afonso / Plano Nacional das Artes
Seleção de recursos online Maria de Brito Matias
Conheça melhor as obras de Maria Antónia Siza apresentadas no contexto desta exposição:
Tudo o que eu quero: Feminino Plural
Tem interesse em Visual arts?
Receba atualizações com a sua Culture Weekly personalizada
Está tudo pronto!
O seu primeiro canal Culture Weekly chega esta semana.