Do Museu do Café
Exposição sobre trabalho feminino nas catações de café.
Mãos e dedos ágeis num intermitente movimento acompanhando uma melodia muda, carregada pela determinação de sobrevivência. Trabalho de mulheres jovens e adultas, realizado com tanta destreza e tanto foco que lhes renderia o apelido de “pianistas”, impulsionadas pelo ganho por produtividade, e zelosas sob atenta fiscalização.
A catação manual de café é uma atividade de rebeneficiamento que, ao eliminar grãos defeituosos de um lote, torna-o mais lucrativo para o fornecedor. Apesar de a prática ter permanecido durante a maior parte da história do café, e ter sido importante elo da cadeia exportadora do produto, as principais personagens que a desempenhavam – as catadeiras – foram invisibilizadas.
Com a exposição “Pianistas de armazém: trabalho feminino na catação de café”, O Museu do Café tem o prazer de trazer a público, por meio de memórias e recursos audiovisuais, um pouco do cotidiano dessas mulheres e sobre esse ofício que, pouco a pouco, tem desaparecido.
História da catação de café no Brasil
Existem referências a esse trabalho desde o início do século XIX, às vezes nomeado de “escolha”, geralmente delegado a mulheres escravizadas, e realizado em grandes fazendas ou “usinas” de café. Apesar de já existirem, nesse momento, maquinários que realizavam essa tarefa, a catação manual ainda era imprescindível para um café mais limpo e de maior valor de mercado.
Com a adoção pelo Brasil do padrão norte-americano de identificação de defeitos para estabelecimento do preço da saca, em 1907, e com a concentração da manipulação dos grãos nos centros comerciais, os armazéns de catação de café se multiplicaram nas grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, assim como no porto de Santos.
A catação manual entrou em declínio no Brasil na década de 1970, com o aprimoramento e a consolidação das catadeiras eletrônicas fotossensíveis, que distinguiam grãos verdes, pretos e outros defeitos com uma produtividade superior ao trabalho manual, e a menor custo.
Anúncio no jornal Gazeta de Notícias (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1888), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Gazeta de Notícias (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1888), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Gazeta de Notícias (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1890), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Gazeta de Notícias (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1899), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Gazeta de Notícias (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1902), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal A Capital (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1903), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal A Capital (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1903), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Correio Paulistano (SP). Acervo Biblioteca Nacional. (1905), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Gazeta de Notícias (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1906), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal O Paiz (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1909), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal O Paiz (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1909), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal A Epoca (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1913), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Matéria do jornal A Gazeta (RJ). Acervo Biblioteca Nacional. (1928), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Matéria do jornal Correio Paulistano (SP). Acervo Biblioteca Nacional. (1930), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Anúncio no jornal Correio Paulistano (SP). Acervo Biblioteca Nacional. (1935), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Matéria do jornal Correio O Dia (PR). Acervo Biblioteca Nacional. (1940), de Biblioteca NacionalMuseu do Café
Trabalho Feminino
Os pesquisadores do Museu do Café realizaram, entre 2011 e 2013, uma série de entrevistas para compreender o comércio do café na cidade de Santos. Entre os depoimentos, estão as narrativas de catadeiras e outros profissionais que trouxeram essa atividade em suas lembranças.Nessas memórias, o cotidiano e as particularidades da catação de café ficam mais visíveis. Era um trabalho considerado penoso e mal remunerado, mesmo dentro das atividades exclusivamente femininas. Ainda assim, seu caráter sazonal e geralmente informal atendia o perfil de mulheres das camadas mais pobres, moradoras da região central ou dos morros, que estavam desempregadas ou que não conseguiam acesso a outros trabalhos. Outra característica era a possibilidade da presença de crianças no armazém, considerando que muitas operárias eram mães e não tinham onde deixar os filhos. De fato, as memórias frequentemente começam na infância, seja brincando no armazém, ou ajudando suas mães na função. A conciliação da maternidade com o trabalho, a escolha de armazéns com maior remuneração, melhores patrões, ou de cafés mais limpos, são algumas das estratégias de sobrevivência registradas.
Catadeiras de café trabalhando em armazém. (1928), de Theodor PreisingMuseu do Café
Memórias da Catação
Os pesquisadores do Museu do Café realizaram, entre 2011 e
2013, uma série de entrevistas para compreender o comércio do café na cidade de
Santos. Entre os depoimentos, estão as narrativas de catadeiras e outros
profissionais que trouxeram essa atividade em suas lembranças.
Nessas memórias, o cotidiano e as particularidades da
catação de café ficam mais visíveis. Era um trabalho considerado penoso e mal
remunerado, mesmo dentro das atividades exclusivamente femininas. Ainda assim,
seu caráter sazonal e geralmente informal atendia o perfil de mulheres das
camadas mais pobres, moradoras da região central ou dos morros, que estavam
desempregadas ou que não conseguiam acesso a outros trabalhos.
Outra característica era a possibilidade da presença de
crianças no armazém, considerando que muitas operárias eram mães e não tinham
onde deixar os filhos. De fato, as memórias frequentemente começam na infância,
seja brincando no armazém, ou ajudando suas mães na função. A conciliação da
maternidade com o trabalho, a escolha de armazéns com maior remuneração,
melhores patrões, ou de cafés mais limpos, são algumas das estratégias de
sobrevivência registradas.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
João Doria
Governador do Estado de São Paulo
Sérgio Sá Leitão
Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
Cláudia Pedrozo
Secretária - Adjunta de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
INSTITUTO DE PRESERVAÇÃO E DIFUSÃO DA HISTÓRIA DO CAFÉ E DA IMIGRAÇÃO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (INCI)
Guilherme Braga Abreu Pires Filho
Presidente
Carlos Henrique Jorge Brando
Vice-presidente
Alessandra de Almeida Santos
Diretora Executiva
Thiago Santos
Diretor Administrativo-financeiro
Daniel Ramos
Gerente Administrativo-financeiro
Caroline Nóbrega
Gerente de Comunicação e Desenvolvimento Institucional
Marcela Rezek
Coordenadora Técnica do Museu da Imigração
Bruno Bortoloto do Carmo
Pietro Marchesini Amorim
Pesquisa
Bruno Bortoloto do Carmo
Produção
Osvaldo Abreu
Assistente de produção
Equipe Técnica do Museu do Café
Curadoria