Por Fundação Calouste Gulbenkian
Texto de Lígia Afonso / Plano Nacional das Artes
O trabalho de Maria José Oliveira desenvolveu-se primeiro em cerâmica, alargando-se depois ao desenho, colagem, joalharia, escultura ou instalação, destacando-se sempre a sua dupla atenção à natureza e ao corpo enquanto conceitos, matérias, suportes e modelos.
Corpo I (2019/2020) de Maria José OliveiraFonte original: Coleção Maria José Oliveira
Corpo I, 2019-2020
Argila vulcânica e parafina
29 x 48 cm, 50 x 33 cm
Coleção Maria José Oliveira
Corpo II (2019/2020) de Maria José OliveiraFonte original: Coleção Maria José Oliveira
Corpo II, 2019-2020
Argila vulcânica e parafina
29 x 48 cm, 26 x 44 cm
Coleção Maria José Oliveira
A maioria das suas obras são compostas a partir de materiais naturais e orgânicos, dos quais vários impermanentes ou degradáveis, como café, resíduos vegetais, terra, leite, folhas e caules secos, ovos, resina vegetal, pedras, massa de pão, cinza de forno de padeiro, cal, argila crua ou cozida, parafina, ferro oxidado ou papel feito à mão. A paleta dos trabalhos é reduzida e sóbria, variando entre as cores neutras e os ocres vermelhos e dourados, o último acentuado pela aplicação pontual da folha de ouro.
Cada material assume um determinado valor simbólico e esotérico no conjunto, que se formaliza a partir de ações e práticas performativas e ritualísticas como rasgar, ligar, cozer, tecer, juntar, abrir, cortar ou secar.
Sistema Muscular e Coluna Vertebral (2004) de Maria José OliveiraFonte original: Coleção de Arte Fundação EDP
Sistema Muscular e Coluna Vertebral, 2004
Tela crua com folha de ouro, argila e fio do norte
c. 45 x 40 x 24 cm
Coleção de Arte Fundação EDP, inv. EDP.01077
Asa – a alma não se mede em centímetros (2010) de Maria José OliveiraFonte original: Coleção de Arte Fundação EDP
Asa – a alma não se mede em centímetros, 2010
Tela branca de algodão, fio do norte e ferro
92 x 74 cm
Coleção de Arte Fundação EDP, inv. EDP.0432
Modelados no corpo, modelos para o corpo, marcados pelo corpo, próteses do corpo ou simulacro de partes do corpo, os objetos preciosos e quase místicos de Maria José Oliveira são tão excêntricos, irregulares e imperfeitos como o próprio corpo.
Auto-retrato (1980) de Maria José OliveiraFundação Calouste Gulbenkian
Auto-retrato, 1980
Barro cru polido com seixo, tinta de esmalte e três bases de madeira usadas nas antigas olarias para a secagem do barro fresco
49 x 20 x 25 cm
Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, inv. 17E1845
Saiba mais sobre a artista:
«Maria José Oliveira – 40 anos de trabalho»
Conversa com Maria José Oliveira no âmbito da Exposição «Arquivo» (em português)
Maria José Oliveira no âmbito do projeto Há Muita Fibra entre Nós (em português)
Seleção de obras apresentada na exposição Tudo o que eu quero: Artistas portuguesas 1900-2020, no seu primeiro momento no Museu Calouste Gulbenkian, no âmbito da programação cultural que decorre em paralelo à Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia 2021.
Exposição organizada pelo Ministério da Cultura de Portugal, Direção Geral do Património Cultural e a Fundação Calouste Gulbenkian, em co-produção com o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, Tours e com a colaboração do Plano Nacional das Artes.
Curadoria:
Helena de Freitas e Bruno Marchand
Texto de Lígia Afonso / Plano Nacional das Artes
Seleção de recursos online Maria de Brito Matias
Conheça melhor as obras de Maria José Oliveira apresentadas no contexto desta exposição:
Tudo o que eu quero: O Olhar e o Espelho
Tudo o que eu quero: A Casa